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Sistema FIERGS e sindicatos industriais do RS elaboram pauta para negociações sobre tarifas dos EUA Documento foi encaminhado à Confederação Nacional da Indústria e solicita medidas para mitigar impactos da nova taxação sobre exportações brasileiras

O Sistema FIERGS (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul) e sindicatos industriais filiados encaminharam à Confederação Nacional da Indústria (CNI) uma carta conjunta com propostas frente à possível elevação de tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O documento, redigido durante reunião emergencial nesta terça-feira (15), destaca a necessidade de manter a tarifa atual de 10% para preservar a competitividade das exportações gaúchas. Caso a medida não seja possível, o setor pede a prorrogação da nova taxação por 90 dias e a adoção de medidas compensatórias.

Durante o encontro, o presidente do Sistema FIERGS, Claudio Bier, relatou reuniões com federações do Sul do país, com a CNI e representantes de outros estados, reforçando que a situação é grave e requer articulação. Bier afirmou que a estratégia inclui diálogo direto com compradores americanos, buscando apoio para pressionar o governo dos EUA contra o aumento das tarifas. “Eles também serão impactados, pois não conseguirão substituir seus fornecedores brasileiros do dia para a noite”, afirmou.

Atualmente, os Estados Unidos são o segundo principal destino das exportações gaúchas, com 8,22% do total exportado em 2024. Estima-se que cerca de 10 mil empresas brasileiras mantêm relações comerciais com o país norte-americano. Uma taxação de 50%, conforme cogitada, traria impacto direto sobre a indústria nacional.

A diretora de Relações Institucionais do Sistema FIERGS, Ana Paula Werlang, também expressou preocupação com os setores mais dependentes das exportações aos EUA. “Estamos apresentando à CNI uma pauta técnica, construída com base nas demandas dos sindicatos, para evitar um cenário desastroso”, afirmou.

Entre os pontos defendidos no documento estão:

Manutenção da tarifa em 10%, em condições de isonomia com outros países da região;

Prorrogação de 90 dias para a vigência das novas tarifas;

Respeito às condições atuais para mercadorias já embarcadas;

Preservação de um ambiente diplomático e de negociação;

Mobilização dos compradores norte-americanos para sensibilizar o governo dos EUA;

Implementação de medidas emergenciais pelo governo brasileiro, como linhas de crédito, programas de compensação e flexibilização trabalhista e tributária.

A carta é assinada por Claudio Bier, presidente do Sistema FIERGS, e ressalta que a indústria gaúcha segue mobilizada e disposta a colaborar com a CNI em busca de soluções que evitem prejuízos à economia brasileira.

A íntegra do documento foi publicada nesta terça-feira, 15 de julho de 2025.

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