A semana deve iniciar com o ronco das colheitadeiras no interior de Passo Fundo. Algumas lavouras de soja já estão praticamente maduras, prontas para colher. A reportagem da Planalto percorreu o interior e encontrou lavouras de soja praticamente secas na localidade do Capingui. O estande das lavouras é um dos melhores dos últimos anos. A chuva em abundância nos meses de dezembro, janeiro e nesse mês de fevereiro proporcionaram rápido crescimento das plantas. Alguns produtores chegaram a se preocupar com o viço das plantas, temendo que crescessem demais e formassem pouca carga de vagens. Em regra, no entanto, o estande é bom e o rendimento esperado deve ser superior ao do ano passado. No Rio Grande do Sul, historicamente as lavouras rendem em média apenas 50 sacas por hectares. O Estado investe pouco, sobretudo, em sementes certificadas. Tem também a característica de propriedades pequenas onde há mais dificuldades para aplicar as tecnologias existentes, por isso, os índices de produtividade são inferiores a outros estados. Mesmo assim a produção deve ser recorde, cerca de 12 milhões de toneladas. No Brasil, a produção deve ficar ao redor de 90 milhões de toneladas, volume aproximado dos Estados Unidos. Estados Unidos, Brasil e Argentina são os maiores produtores de soja do mundo. Juntos produzem 80% da soja mundial. No Brasil, o complexo soja é responsável pelo equilíbrio na balança comercial e pela geração de milhares de empregos. Os empregos nas fábricas de biodiesel, fábricas de máquinas agrícolas, como a Semeato, a Kuhn, de Passo Fundo, não existiram, não fosse a soja. Em Estados como o Mato Grosso, os municípios de Sorriso e Lucas de Rio Verde; e Barreiras e Luis Eduardo Magalhães, na Bahia, desenvolvem-se acima da média nacional graças ao grão de “ouro” colhido nas lavouras. Luis Eduardo tem 15 anos de emancipação e quase 70 mil habitantes. O progresso chegou a partir das lavouras de soja.