A combinação
de chuvas em excesso e a falta de luminosidade, convergem desfavoravelmente
para os resultados da principal lavoura de inverno do Rio Grande do Sul, que é
o trigo.
Ao avaliar a situação atual das lavouras na
região, o agrônomo e consultor Luciano Remor, disse que as perdas são
inevitáveis.
Conforme o
agrônomo, está começando aparecer giberela nas lavouras. Os ascósporos são disseminados pelo vento e
atingem as anteras onde é o sítio de infecção para a ocorrência de giberela. Também já se observa o aparecimento de bacteriose, doenças fungicas provocadas pelo
clima favorável. O abortamento de grãos nas lavouras que estão espigadas também
é uma constatação concreta. A receita,
diz Luciano Remor, é fazer a aplicação de fungicidas, embora a dificuldade de
entrar na lavoura com máquinas devido ao barro.
Além do
rendimento comprometido, o preço pago ao
produtor continua baixando. O valor pago
atualmente é de apenas R$ 56,00. No ano passado, em 20 de setembro, o preço era
de R$ 91,00, ou seja, R$ 35,00 a menos
em 2023. O consultor Cláudio Doro,
salienta que nesses patamares de preço, o agricultor precisa colher 60 sacas
por hectare apenas para pagar os custos de formação da lavoura. O gasto por hectare ficou em torno de R$
3.000,00. Retração nas compras pelos moinhos, alta oferta da Russai e da Ucrânia e pressão de oferta devido a colheita no Paraná, estão aviltando as cotações.