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Violência nas escolas cresce 23% em 2024 e passa de 15 mil casos no país Meninas são maioria entre as vítimas; agressões físicas lideram as ocorrências

Foto: Luís André/Secom

A violência dentro das escolas brasileiras continua aumentando. Dados do DataSUS mostram que, entre janeiro e julho de 2024, já foram registrados 15.759 episódios, uma alta de 23% em relação ao mesmo período do ano passado. Do total, 14% correspondem a casos de automutilação ou outras agressões provocadas pela própria vítima.

As meninas aparecem como principais vítimas. Em 2023, elas representaram 58% dos registros, tendência que se mantém nos dados mais recentes. A maioria das ocorrências é de agressões físicas, com 49% dos casos. Em seguida vêm a violência psicológica ou moral, com 25%, e a violência sexual, com 22%. Em quatro de cada dez situações, o agressor é alguém próximo, como amigo ou conhecido da vítima.

Segundo a procuradora de Justiça Nathalie Malveiro, esse cenário mostra que a violência de gênero está presente cada vez mais cedo. Ela afirma que muitas adolescentes já enfrentam violência doméstica dentro de relacionamentos afetivos ainda na juventude.

O Ministério da Educação diz atuar em parceria com outras pastas para prevenir agressões nas escolas. Uma das principais iniciativas é o Programa Saúde na Escola, que leva ações de prevenção para estudantes da rede pública. Entre dezembro de 2024 e março de 2025, o programa envolveu mais de 109 mil escolas em 5.544 municípios.

Embora as agressões do dia a dia estejam aumentando, os ataques extremos, quando alguém invade uma escola com intenção de matar, diminuíram. Foram cinco em 2024, contra quinze no ano anterior. Especialistas afirmam que, mesmo com formatos diferentes, os dois tipos de violência têm origem semelhante e frequentemente envolvem rejeição ou ódio motivado por gênero.

Casos recentes reforçam a gravidade do cenário. Em setembro, Alícia Valentina, de 11 anos, morreu após ser agredida por um colega no sertão de Pernambuco. A principal suspeita é de que ela tenha sido atacada depois de recusar um pedido de relacionamento.

O bullying também preocupa. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram registrados 2.543 casos entre crianças e adolescentes de até 17 anos. Quase metade envolveu alunos de 10 a 13 anos. Desde o ano passado, o bullying e o cyberbullying passaram a ser considerados crime no Brasil.

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