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2024: O ano que quebrou a barreia dos 1,5°C de aquecimento global Calor intenso impulsionou extremos climáticos e alerta para aumento das emissões de gases.

Foto: Diego Vara/Reuters

O ano de 2024 foi o mais quente já registrado, marcando o primeiro aumento superior a 1,5°C na temperatura média global em comparação com os níveis pré-industriais.

De acordo com os dados, a temperatura média global foi de 15,10°C, estabelecendo um novo recorde, com um aumento de 1,6°C. Esse índice ficou acima dos 1,5°C  durante esse período.

O limite de 1,5°C é uma referência crítica, definida pelo Acordo de Paris e pela ciência, sendo um alerta para a emergência climática. Embora não signifique que tenhamos ultrapassado o limite estipulado pelo acordo (que se refere ao aumento médio de temperatura ao longo de 20 anos), a marca indica um calor jamais presenciado.

Em 2024, todos os continentes registraram novos recordes de temperaturas. O dia mais quente do ano foi 22 de julho, quando a temperatura média global atingiu 17,16°C.

Todos os últimos 10 anos (de 2015 a 2024) estão entre os 10 mais quentes da história;  2024 foi o ano mais quente para todas as regiões continentais;  Os meses de janeiro a junho de 2024 superaram as temperaturas de qualquer ano anterior;  Em 2024, a temperatura média anual da superfície do mar alcançou um recorde de 20,87°C, 0,51°C acima da média de 1991–2020;  A quantidade total de vapor de água na atmosfera atingiu níveis recordes em 2024, contribuindo para eventos climáticos extremos, como chuvas intensas.

Os dados indicam que todos os oceanos atingiram temperaturas acima da média. A temperatura média anual da superfície atingiu 20,87°C.

O aumento da temperatura dos oceanos reflete o aquecimento global. As águas atuam como um reservatório de calor, absorvendo o excesso de temperatura. Porém, quando mais aquecidas, elas liberam maior quantidade de vapor de água, o que aumenta o risco de eventos climáticos.

De acordo com o Copernicus, a quantidade total de vapor de água na atmosfera atingiu um recorde histórico em 2024.

Especialistas já alertaram sobre a conexão entre esses extremos, como os fortes temporais no Rio Grande do Sul, com centenas de milímetros de chuva em um curto intervalo de tempo, os eventos extremos na Espanha e os ciclones nos Estados Unidos, que estão relacionados ao aumento das temperaturas nos oceanos. O Copérnico afirma que essa relação foi um dos principais fatores que contribuíram para tragédias em 2024.

O aumento das temperaturas nos oceanos afeta não apenas o volume de chuva, mas também altera os padrões climáticos, contribuindo para a intensificação da seca. O Brasil vive a pior seca de sua história, a mais longa.

O Copernicus aponta que essa mudança nos padrões climáticos também foi um fator que contribuiu para os grandes incêndios. A umidade ressecada se tornou combustível para as queimadas, como as que ocorreram no Brasil e as que ainda afetaram Los Angeles, onde a cidade enfrentou o maior incêndio registrado nos últimos anos.

“O que está por trás desse grande problema, o aquecimento global, é a intensificação dos eventos climáticos extremos. Isso inclui chuvas intensas em um período curto, secas prolongadas e condições que favorecem os incêndios, como as que vendemos na Califórnia”, explica o especialista em desastres, Pedro Camarinha.

O aumento das temperaturas das águas foi intensificado pelas chuvas El Niño, mas, de acordo com os dados, mesmo após seu fim, no meio do ano passado, as temperaturas prosseguem altas em boa parte dos oceanos.

Por que isso está acontecendo?

O aumento das temperaturas está diretamente relacionado à maior emissão de gases de efeito estufa. De acordo com o monitoramento realizado pelo centro europeu, a taxa de crescimento do dióxido de carbono foi a maior nos últimos anos.

As concentrações de dióxido de carbono em 2024 foram 2,9 ppm superiores às de 2023, elevando a estimativa anual da concentração atmosférica de CO2 para 422 ppm. Esse aumento nas concentrações de CO2 contribui significativamente para o aquecimento global, pois o dióxido de carbono retém o calor na atmosfera, intensificando o efeito estufa. À medida que as emissões aumentem cada vez mais.

Esse cenário acelera o processo de aquecimento global, resultando em condições climáticas extremas, como altas temperaturas, secas prolongadas e tempestades intensas, que têm impactos devastadores para o meio ambiente, a economia e a sociedade como um todo. Para mitigar esses efeitos, é urgente adotar políticas de redução de emissões e promover uma transição para fontes de energia para amenizar os problemas de climatização.

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