O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou que a eleição de Donald Trump motivou, no fim do ano passado, a alta no dólar, o que teria encarecido os combustíveis e os alimentos. “Depois da eleição do Trump, teve uma disparada no dólar, e a gente exporta gasolina e diesel, e isso tem um reflexo nos preços”, disse, em entrevista, nesta sexta-feira (7), à Rádio Cidade, de Caruaru, no interior do Pernambuco. A pressão sobre o bolso do consumidor, segundo Haddad, deve melhorar com a queda do dólar -que saiu do patamar de R$ 6,10 para o de R$ 5,80 nos últimos dias-, a safra recorde projetada para 2025 e o fim do ciclo do boi, quando os pecuaristas diminuem os rebanhos para valorizar o valor por cabeça de animal.
O ministro criticou ainda a privatização das refinarias, iniciada pelo governo de Michel Temer e concretizada pela gestão anterior. “Os preços subiram no exterior, e o empresário quer lucrar e vai procurar o melhor negócio. O preço da gasolina está menor hoje do que no governo Bolsonaro, basta consultar as reportagens que vocês da imprensa escreveram”, afirmou. No último dia 1º, a Petrobras elevou em mais de 6% o preço médio do diesel para distribuidoras, para R$ 3,72 por litro a partir de sábado (1º), no primeiro ajuste do valor do combustível fóssil em mais de um ano. A companhia não reajustava o diesel, combustível mais consumido do país, desde 27 de dezembro de 2023, quando cortou em 7,9% o valor do produto em suas refinarias. De acordo com Haddad, a valorização do dólar também foi um dos motivos do encarecimento dos alimentos, junto com uma seca no Rio Grande do Sul, que teve reflexos nos preços da soja que abastece a produção de proteína animal. Ainda segundo o ministro, a reforma tributária vai reduzir a incidência de impostos estaduais sobre a cesta básica a partir de 2027, incluindo a carne, baixando o preço dos alimentos. “O presidente Lula zerou impostos e a Constituição Federal vai impedir que os governadores cobrem imposto sobre a cesta básica, que já não tem impostos federais.”
Fonte: Folha Press