Um bacharel em Direito, identificado pelas iniciais G. W. F., foi preso em uma operação deflagrada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) no Rio Grande do Sul, por crimes como pedofilia, tráfico de drogas, armazenamento de pornografia infantil, estupro, auxílio/induzimento ao suicídio/automutilação e perseguição.
A prisão ocorreu após o avanço de um inquérito policial complexo, desencadeado por denúncias envolvendo uma adolescente, hoje com 15 anos.
A investigação teve início com o relato da mãe da vítima, que detalhou contatos telefônicos suspeitos recebidos por sua filha desde dezembro de 2024. Uma das pessoas, identificada como “Nati“, alegava ser ex-namorada de um adolescente com quem a menina se relacionava e fornecia informações íntimas sobre a vida da vítima.
A mãe desconfiou que apenas o bacharel teria acesso a tais detalhes, uma vez que ele já havia sido investigado em 2023 por um envolvimento amoroso com a menina quando ela tinha 13 anos. “Nati” inclusive demonstrava conhecimento sobre o processo anterior, utilizando uma linha telefônica específica para os contatos.
As evidências se intensificaram em fevereiro de 2025, quando a mãe da vítima flagrou o homem em seu próprio prédio. A partir desse momento, o bacharel passou a ser visto frequentemente nas proximidades da residência e da escola da adolescente.
A desconfiança se confirmou em março de 2025, após a mãe cruzar com o homem na rua e, logo em seguida, receber uma mensagem detalhada de “Nati” sobre o encontro. Essa sequência de fatos indicava que o bacharel se passava por “Nati” para obter informações privilegiadas e manipular a adolescente.
Além dos contatos telefônicos, a mãe da jovem começou a receber cartas e pacotes endereçados à adolescente em sua caixa de correio. Câmeras de segurança confirmaram que o bacharel era o responsável pelas entregas. O conteúdo dos pacotes era alarmante: cartas escritas à mão, contendo alguns comprimidos de substância não identificada (suspeita-se de drogas) e lâminas, sugerindo automutilação.
As cartas também exigiam que a adolescente enviasse vídeos e fotos de conteúdo pornográfico como “pagamento” pelas supostas drogas enviadas.
A investigação revelou um sofisticado esquema de dissimulação: as linhas telefônicas usadas por “Nati” e por uma pessoa que se apresentava como atual namorado da jovem, identificado pelas iniciais J. B., estavam vinculadas ao mesmo número de IMEI. Ou seja, tratava-se do mesmo aparelho de telefone celular, operado por uma única pessoa que se fazia passar por três identidades diferentes.
A polícia concluiu que o bacharel era o manipulador por trás dessas identidades e o responsável pela entrega dos pacotes.
Diante da robustez das provas, a Justiça autorizou mandados de busca e apreensão na residência do homem, localizada na Rua Jovina Martins, bairro Santa Rita, em Passo Fundo/RS. Foram apreendidos telefones celulares, equipamentos informáticos, drogas, roupas e calçados, todos considerados relevantes para a investigação.
Para aprofundar as apurações, também foi autorizada a quebra de sigilo telefônico e informático de todos os aparelhos eletrônicos apreendidos em posse do bacharel em Direito.
A DPCA segue com as investigações para elucidar completamente os fatos e garantir a punição dos responsáveis por esses crimes graves. O homem foi preso e encaminhado ao Presídio Regional de Passo Fundo, onde está à disposição da Justiça.
Reportagem: Redação
Grupo Planalto de Comunicação