Um perfil falso com imagens de pessoas atraentes, geralmente mulheres, envia solicitações de amizade ou mensagens pelas redes sociais. Assim costuma começar o chamado “golpe dos nudes”, que se popularizou no Rio Grande do Sul e em diversas regiões do país. Em muitos casos, a fraude inicial evolui para extorsão.
Após aceitar o contato, a vítima passa a receber mensagens de teor íntimo, seguidas de pedidos para envio de fotos ou vídeos de cunho sexual. Quando o material é enviado, um segundo golpista entra em ação, passando a fazer ameaças de divulgação das imagens ou fingindo ser autoridade policial, exigindo pagamento para “encerrar o processo”.
Ao efetuar a primeira transferência, a vítima geralmente continua sendo pressionada, com valores cada vez mais altos. Há registros de prejuízos que ultrapassam centenas de milhares de reais.
Homens casados entre os principais alvos
Segundo o delegado Eibert Henriques de Sena Moreira Neto, diretor do Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos (Dercc) da Polícia Civil gaúcha, homens, especialmente casados, são mais suscetíveis às chantagens. “A vítima, com família ou esposa, teme a exposição ou a suposta ação policial e acaba pagando os valores exigidos”, afirma.
A maioria dos criminosos que aplicam o golpe é do Rio Grande do Sul, mas as vítimas, em grande parte, estão em outros Estados. Esse golpe surgiu no RS e, como ocorre em muitos crimes de estelionato, o alvo costuma ser de fora. Recentemente, apoiamos operações das polícias civis de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, todas com vítimas de outros Estados e autores gaúchos.
Ações conjuntas e prisões
Entre abril e julho deste ano, o DERCC participou de nove operações contra golpes virtuais em diferentes Estados, resultando em 37 prisões preventivas. A expectativa é que esse trabalho contribua para reduzir as estatísticas de estelionato no RS.
O delegado destaca que o combate exige atuação além das fronteiras gaúchas. “Para reduzir os indicadores, precisamos prender criminosos em outros Estados e apoiar investigações de fora que chegam a golpistas daqui”, reforça.
Prevenção e cuidados
Apesar de cada golpe ter variações, o objetivo final é o mesmo: induzir a vítima, por meio de engenharia social, a transferir dinheiro. Para se proteger, a Polícia Civil orienta:
- Encerrar imediatamente o contato;
- Não realizar pagamentos;
- Registrar ocorrência presencialmente ou na Delegacia Online;
- Guardar provas, como prints, áudios, vídeos, fotos, números de telefone e comprovantes;
- Confirmar diretamente com a pessoa ou instituição supostamente envolvida, usando canais oficiais;
- Em caso de dúvida, acionar o telefone 197 ou procurar a delegacia mais próxima.
Reportagem: Redação
Grupo Planalto de Comunicação