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Ibama investiga presença de puma em Viamão após mortes de nove cães e ferimentos em cavalos Órgãos ambientais instalam câmeras e orientam moradores após ataques suspeitos em área rural próxima a unidades de conservação

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Comando Ambiental da Brigada Militar iniciaram uma operação de monitoramento em uma área rural de Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, após relatos de ataques a animais domésticos atribuídos a um possível puma (Puma concolor), também conhecido como onça-parda ou suçuarana.

Segundo a moradora da propriedade atingida, uma protetora de animais que preferiu não se identificar, nove cães foram mortos e quatro cavalos ficaram feridos ao longo das últimas semanas. Os ataques ocorreram principalmente durante a noite e deixaram marcas que sugerem a presença de um grande felino. “Nunca tinha visto nada igual. As marcas nas baias são assustadoras, como se ele estivesse tentando entrar com força”, relatou a proprietária.

Técnicos do Ibama estiveram no local na última sexta-feira (15) e identificaram pegadas compatíveis com um puma, além de arranhões profundos em cercas e portas de madeira. Para confirmar a presença do animal, foram instaladas câmeras de monitoramento (câmeras-trap) em pontos estratégicos da propriedade e de áreas vizinhas.

“Nosso objetivo é verificar se há, de fato, um felino silvestre circulando na região, e em caso afirmativo, garantir sua integridade e a segurança da população local”, informou um agente do Comando Ambiental.

A orientação das autoridades ambientais é que moradores da região mantenham seus animais em locais seguros, especialmente entre o final da tarde e a madrugada, período de maior atividade desses predadores. Cavalos devem ser recolhidos a cocheiras e cães, abrigados dentro de casa.

A investigação conta com apoio técnico da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema/RS), do Instituto Pró-Carnívoros, do Projeto Felinos do Pampa e de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Os especialistas acreditam que o felino pode ter se deslocado de áreas protegidas próximas, como a Área de Proteção Ambiental (APA) do Banhado Grande ou o Parque Estadual do Itapuã, em busca de alimento.

A Prefeitura de Viamão e os órgãos envolvidos alertam que não será divulgada a localização exata da propriedade, a fim de evitar aglomeração de curiosos ou tentativas de caça ilegal. A captura ou o abate de animais silvestres é crime ambiental, com penas previstas na Lei nº 9.605/1998.

Pumas não são animais agressivos com humanos, mas podem atacar animais domésticos se estiverem em situação de escassez alimentar. Nosso foco é evitar o conflito e preservar tanto a fauna silvestre quanto a tranquilidade da comunidade rural”, explicou uma bióloga do Projeto Felinos do Pampa.

A expectativa é de que, ao confirmar a presença do animal, os órgãos ambientais possam conduzir ações de manejo não letal, como o uso de cercas de contenção, dissuasores sonoros ou mesmo a translocação do felino para áreas mais afastadas da zona habitada.

Enquanto isso, a população é incentivada a reportar avistamentos ou sons incomuns à Patrulha Ambiental pelo telefone 190 ou ao Ibama pelo canal Linha Verde (0800 61 8080).

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