Olá amigos. Chegamos na Bahia, em Salvador.
A maravilha de uma cidade histórica, com suas nuances, com seus trejeitos e suas manias e, não posso esquecer de narrar, o seu apimentado jeito de reascender, a cada palavra, a cada gesto, a importância do negro na história e na participação desse país.
Na segunda-feira, saímos de Salinas no alvorecer e, ao meio dia, já estávamos atravessando a fronteira entre Minas Gerais e Bahia. Na parada para colhermos material para o departamento de jornalismo, encontramos um vilarejo que poderia retratar a diferença entre povos nordestinos. E muitos produtos de tradição mineira: queijos de vários tipos, cachaças de quantidade, produção e “temperos”, além do típico feijão de tropeiro e, claro, o pão de queijo.
Na Bahia, para seguirmos o rumo da viagem, os principais pratos baianos são o acarajé, a moqueca, vatapá, feijoada e, baiano não é baiano sem pimenta e azeite de dendê.
A parada para o almoço foi em território baiano, Manoel Vitorino. Carne de sol, muita pimenta e a cultura gaúcha apresentada para os moradores da localidade. Seguimos para Feira de Santana, já em território baiano. Uma cidade com cerca de 440 mil habitantes, a segunda maior cidade da Bahia e a primeira na América do Sul em implantar um plano diretor. A religiosidade é espetacular e a população acorre. Estivemos apresentando o projeto em frente à Catedral de Sant’Ana. A comunidade, curiosa, acorreu e aplaudiu.
Ontem saímos de Feira de Santana nas primeiras horas do dia, pela BR 101. Desde Salinas, uns trechos literalmente intransitáveis. No dia anterior, ficamos parados por mais de hora e meia no asfalto fervendo. E por consertos e restaurações que não resolvem nada. Com uma rodovia um pouco melhorada, em cerca de três horas chegamos em Salvador. E aí as maravilhas de uma cidade rica em cultura e valorizando cada dia de sua história. Nada é de graça (dizem que não existe almoço grátis). Nem no Centro Histórico de Salvador. Começando pelo Elevador Lacerda, que liga a parte alta à parte baixa da cidade, onde está instalada a 2ª. Companhia Naval da Marinha, suas centenas e centenas de lanchas, uma visão absolutamente maravilhosa e os resquícios gaúchos da história: O General Bento Gonçalves por ali se aquerenciou por vários dias, escapando das tropas do governo que o perseguiram.
Casa de Jorge Amado, Olodum, a casa onde Michael Jackson gravou um clipe com o Olodum, em 1996, as catedrais, a religiosidade de um povo que respeita os limites do candomblé e do catolicismo e, no caso da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, fundada em 1685 e a história da escrava Anastácia, além de um “cemitério de ossos”, nos fundos do terreno, para sepultar os sócios da irmandade. Salvador tem 365 igrejas, uma para cada dia do ano.
E ao meio dia, já estávamos no Centro de Tradições da Bahia, também conhecido como Centro Gaúcho da Bahia – CTG Rincão da Saudade, cujo patrão é o Sr. Ari Mazzochin, um italiano de Casca, vizinha da nossa Passo Fundo.
No CTG, hoje à noite teremos um grande jantar de acolhida para o Projeto Do Rio Grande ao Pantanal. Deixaremos na Bahia a nossa tradição gaúcha e nossos ídolos musicais e levaremos no porta-malas, a determinação pela preservação dos costumes do povo baiano.
Por Dilerman Zanchet