Repercutimos, nesta
coluna, uma reflexão interessante e oportuna do publicitário e ativista social
Wagner Pacheco, já publicada no site www.neipies.com
“É evidente a quantidade de pessoas em situação de vulnerabilidade social
em Passo Fundo e a situação foi agravada por conta da pandemia e pelo
desgoverno Bolsonaro. A fome está por todos lados, em muitos lares e destrói
famílias afundadas na miséria e na fome. O desemprego e a falta de perspectiva
levam milhares de pessoas à depressão, ao submundo das drogas, ao vício em
álcool e nas mais variadas formas de violência, o que é especialmente grave
quando trata-se de danos contra mulheres e crianças.
Trago este relato para discutir a
problemática ambiental causada por estas condicionantes citadas e infelizmente
invisíveis aos olhos das autoridades. A fome aguda leva ao subemprego, ao
furto, ao roubo, a dor, ao sofrimento, a miséria e ao dano ambiental.
Empresas especializadas no ramo da reciclagem e de sucatas compram vários
tipos de resíduos: plástico, papelão, vidro, latas de alumínio e o vilão da
poluição ambiental: O COBRE. Este item possui valor agregado e isso gera muitos
furtos ao patrimônio público e privado para que seja revertido em fonte de
renda para pessoas que em último recurso contra a fome e a miséria, usam deste
artifício para conseguir uma mínima renda capaz de financiar um prato de comida
ou algumas pedras de crack.
O cobre está presente em fios de luz, nos hidrantes e na fiação de
telecomunicações. Depois de receptado em ferros-velhos, o cobre acaba indo para
fundições, onde é transformado em pequenos fragmentos – grãos – , para
facilitar o transporte. Em alguns casos, vira matéria-prima para peças feitas
em metalúrgicas locais e até fora do país.
A grande questão ambiental é que os compradores não aceitam o fio
encapado, com aquela camada plástica comum nestes produtos cuja finalidade é
oferecer segurança contra os choques elétricos. Diante desta condição os
vendedores de cobre queimam o plástico para poder vender e acabam cometendo
mais um crime, o crime ambiental.
Diariamente em todas as comunidades
de Passo Fundo é possível identificar a presença de queimadas de fio de cobre,
principalmente à noite e nos finais de semana, quando não há fiscalização. A
fumaça deste plástico é tóxica e pode causar graves problemas à saúde e ao meio
ambiente.
A miséria é fruto da incapacidade do Estado em oferecer as mínimas
condições dignas de vida para a sua população. A cidade está sob uma constante
cortina de fumaça e de falta de interesse das autoridades”.
FONTE: https://www.neipies.com/da-miseria-ao-dano-ambiental/
Autor: Wagner
Pacheco – Publicitário e membro do Instituto Democracia e Cidadania