Mário Barbará, nascido em São Borja em 22 de outubro de 1954, foi um dos nomes mais expressivos da música regional gaúcha. Poeta, cantor e compositor, ele eternizou canções que tocam até hoje o coração do público. Faleceu em 2 de maio de 2018, em Porto Alegre, aos 63 anos, vítima de um câncer.
Seu maior sucesso, “Desgarrados”, foi composto em parceria com Sérgio Napp e venceu a 11ª Califórnia da Canção Nativa, em 1981, na cidade de Uruguaiana. A música não apenas conquistou os jurados e o público, mas se tornou um hino da nativismo moderno, símbolo de lirismo e crítica social.
Barbará assinou outras composições memoráveis, como “Roda Canto”, “Campesina”, “Colorada”, “Querência Maior”, “Retirante”, “Velhas Brancas”, “Se Eu Me Chamasse Lourenço” e a tocante “Na Rodilha do Laço”. Suas letras, ora suaves, ora intensas, exploravam o cotidiano do homem do campo e os dilemas da alma gaúcha com profundidade poética.
Além de sua carreira autoral, Barbará foi reconhecido com o Prêmio Açorianos de Música em 2017, na categoria de Compositor de Música Regional. No mesmo ano, foi indicado com o disco e o DVD “Desgarrados”, gravados com Chico Saratt. Em 2022, foi novamente lembrado no Açorianos, dessa vez como compositor de MPB, com a música “Xote da Amizade”.
Na vida pessoal, Mário deixou dois filhos, uma filha de seu casamento com a falecida Cláudia de Andrade Dornelles e um filho de um relacionamento anterior, além de três netos. Ao seu lado até o fim esteve a companheira Jaqueline Mielke Silva.
Mais do que prêmios, Barbará deixa um legado artístico que sobrevive no imaginário gaúcho. Suas canções seguem ecoando em festivais, rodas de mate e palcos do sul do Brasil, como expressão autêntica de uma identidade construída com palavras, notas e sentimentos.