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Acervo resgatado de enchente retorna ao Museu Municipal de Muçum em nova exposição Mais de 150 obras foram restauradas no Museu de História Julio de Castilhos

Crédito Doris Couto
O Museu de História Julio de Castilhos (MHJC), instituição da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), realizou nessa segunda-feira (9/12) a devolução do acervo do Museu Municipal de Muçum, no Vale do Taquari. A coleção com mais de 150 peças foi resgatada após a enchente que atingiu a região em setembro de 2023. O reparo dos itens foi realizado no MHJC, que também iniciará a montagem de uma exposição de reabertura na Casa da Cultura e Museu Padre Lucchino Viero, onde era mantido o acervo cultural do município. A exposição será inaugurada em janeiro, com data a ser divulgada posteriormente.
A ação de recuperação do acervo faz parte de uma cooperação técnica firmada entre a Prefeitura Municipal de Muçum e a Sedac, que designou o MHJC como o responsável pela conservação das obras. Neste último ano, a coleção do Museu Municipal passou por um processo de restauração e limpeza, com o suporte de uma rede de apoio, composta pela Fundação Ernesto Frederico Scheffel, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e diversos profissionais.
“Essa iniciativa ressalta a importância da preservação do patrimônio cultural e da solidariedade entre instituições para superar desafios. O retorno das peças marca um momento significativo para a comunidade de Muçum, reforçando o compromisso com a memória e as identidade locais”, comemora a diretora do Sistema Estadual de Museus do Rio Grande do Sul (SEM/RS) e do MHJC, Doris Couto.
Entre as peças resgatadas em meio à enchente, quatro máquinas de costura de couro foram encaminhadas à Fundação Ernesto Frederico Scheffel, em Novo Hamburgo, onde receberam tratamento especializado por meio da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores de Couro, Calçados e Afins (Abrameq).
Além disso, trabalhos especializados em arte, marcenaria, restauro de livros e relojoaria foram realizados por César Fuhr, por Remi Scheffler, pelo Centro Histórico e Cultural Santa Casa (CHC Santa Casa) e pelo ateliê Floresta Restauro. Eles devolveram funcionalidade a um relógio de parede histórico, severamente danificado pela força das águas, plasticidade a uma escultura de Nossa Senhora e uma nova encadernação aos livros do Padre Lucchino Vieiro, que dá nome ao centro cultural de Muçum.
O curso de Museologia da UFRGS também atuou nos restauros, por meio da disciplina de Práticas em Conservação Preventiva, da professora Jeniffer Cuty. Os alunos analisaram algumas peças do acervo resgatado e elaboraram um relatório sobre o estado de conservação e patologias identificadas. Da mesma forma, a equipe do MHJC produziu uma nova documentação museológica das peças, em razão dos documentos originais perdidos na enchente.
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