O treinamento das equipes da Polícia Civil e da Brigada Militar que atuarão no Projeto Monitoramento do Agressor começou nesta semana. A iniciativa consiste na disponibilização de 2 mil tornozeleiras eletrônicas que serão utilizadas em agressores que cumprem medidas protetivas da Lei Maria da Penha e mostram potencial de risco para a mulher. A empresa Geosatis ministra o curso na sede da Secretaria da Segurança Pública (SSP).
De acordo com o titular da pasta, Sandro Caron, a qualificação dos profissionais trará preparação e qualidade para as ações desenvolvidas. “É um momento fundamental em que os nossos profissionais de segurança pública serão treinados para operar esta importante ferramenta, que fará o monitoramento eletrônico dos agressores. Estamos avançando na preparação para uma rápida implantação desse projeto, que vem sendo uma das principais estratégias para redução dos feminicídios no Estado”, destaca.
A utilização da tornozeleira eletrônica faz parte da política pública de segurança no combate à violência doméstica e familiar no Estado. Mediante autorização da Justiça, a vítima receberá um celular com o aplicativo interligado ao aparelho usado pelo agressor. No monitoramento, se ocorre aproximação à vítima, o equipamento emite um alerta.
Caso o agressor não recue e ultrapasse o raio de distanciamento determinado pela medida protetiva, o aplicativo mostrará um mapa em tempo real e também alertará novamente a vítima e a central de monitoramento.
Após este segundo alerta, a Patrulha Maria da Penha ou outra guarnição da Brigada Militar mais próxima irá se deslocar para o local. O aplicativo foi programado para não ser desinstalado e também permite o cadastro de familiares e pessoas de confiança que a vítima possa estabelecer contato para casos de urgência.
A matriz curricular prevê temas como conceitos de monitoração eletrônica, funcionamento da tornozeleira, testes de uso do dispositivo, plataforma de monitoramento e simulações. O curso segue até 11 de fevereiro com o treinamento dos 95 operadores integrantes da Polícia Civil, do Comando de Policiamento de Canoas e do Departamento de Comando e Controle Integrado (DCCI). Após os testes técnicos, o projeto entra em execução a partir de março nos municípios de Porto Alegre e Canoas. Depois será expandido para os demais municípios do Rio Grande do Sul.
Com o investimento de R$ 4,2 milhões, o projeto Monitoramento do Agressor é uma iniciativa do Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (EmFrente, Mulher), que busca fortalecer a rede de apoio às vítimas e promover uma mudança de cultura que valorize a proteção da mulher na sociedade.
Foto: Anelize Sampaio/Ascom SSP