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Bolsonaro volta ao Brasil. Mas saiu por quê?

Está marcado para essa semana o retorno de Jair Bolsonaro ao Brasil. Ele deve chegar na quinta-feira, com o propósito de “fazer oposição” ao governo atual. 
Acredito que, para fazer uma oposição transparente, Bolsonaro terá que dar muitas explicações e deixar tudo muito claro. Caso contrário, será mais um ou vários discursos sem fundamentos, como alguns que fez durante os quatro anos em que exerceu o poder.
Bolsonaro sabe – duvido que ninguém tenha lhe falado – que perdeu a eleição por sua própria culpa. Falou demais. Algumas pérolas não foram esquecidas por seus adversários e, por mais que queira se explicar, não cabem explicações.
Criticar a vacina, dizer que os vacinados poderiam se transformar em jacarés, esconder em sigilo a sua carteira de vacinação, ofender homossexuais, questionar cientistas, são alguns dos itens que ele não deveria ter “atropelado” com suas palavras. Quieto, ganharia e muito!
Em algumas vezes, os discursos de Bolsonaro davam medo. Os que ficavam próximos tremiam diante de seus gestos e palavras. Pode ser normal, mas não para um chefe de Estado. Aliás, haveremos, um dia, de entender e separar Chefe de Estado de Estadista, ou de Chefe de Governo. No Brasil tudo é mais difícil.
Não tenho político de estimação. Nem partido de estimação. Por isso posso cobrar do ex-presidente, veementemente, como o fiz com Lula, os motivos que o levaram a esconder, ou não divulgar, ou não devolver como deveria, os presentes que ganhou de líderes de outros países. Bolsonaro terá que explicar isso. E muito bem.
O ex-presidente também terá que explicar por que saiu do país ainda antes do fim de seu mandato, embora faltassem um ou dois dias. Levou um pelotão de assessores, pagos pelo dinheiro público, para prepararem esses três meses em que está fora. Se nada devia, que explique sua ausência.
Também é importante que ele diga, ao chegar, os motivos que o levaram a afirmar, por várias vezes, que “o jogo seria jogado dentro das quatro linhas” e que era para os seus seguidores, aqueles que ficaram dezenas de dias em frente aos quartéis e em QGs, acreditarem e não desistirem. 
Desses, muitos desistiram, alguns foram presos, tratados como criminosos, e ele estava onde? Nos EUA. Pois é! Deixou-os, apelidados de “patriotas”, à mercê dos fatos.
A esposa do ex-presidente, galgada à presidência do PL Mulher, com um salário de quase 30 mil mensais, está muito bem, obrigado. Ora, com um salário desses, poucas pessoas ficariam mal. Ao menos financeiramente falando. E ela também estava no Palácio quando recebeu as joias. O que assusta é: Se só agora houve a denúncia? Ou se era sabido e não foi dada a devida atenção.
A propósito: Enquanto escrevo o artigo, surgem mais denúncias de joias e relógios recebidos e não declarados, por parte do ex-presidente. A avaliação fica em torno de 500 mil reais. Já está mais do que na hora de o Congresso regulamentar isso. Dos últimos três mandatários, ninguém saiu sem levar uma fatia. Presentes que deveriam ser para o povo brasileiro.
É ótimo que volte. E que traga de volta os assessores pagos com o dinheiro público que lhe acompanham. E que volte com as explicações que o povo que lhe seguiu precisa. 
Quem não concordar, que alimente seu político de estimação.
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