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Detentas poderão reduzir tempo de cumprimento de pena com leitura O projeto é realizado no RS de forma experimental, na Penitenciária de Guaíba

Foto: Estado-RS / Divulgação

O projeto está sendo realizado de forma experimental no ano passado, na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba. A iniciativa retomou os trabalhos na última quinta-feira (25/1) com um grupo de cinco apenadas, visando à ressocialização e incluir mulheres privadas de liberdade não alfabetizadas na remição da pena por meio da leitura são os principais objetivos do Projeto Entrelinhas.

A ação foi pensada pela direção e pelo setor técnico da unidade prisional e é executada em parceria com o Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos.

No projeto, a leitura é realizada pela equipe técnica, em voz alta, para as apenadas acompanharem a história. A seguir, as participantes do Entrelinhas discutem o texto e, a partir da própria interpretação, expressam o que foi aprendido na linguagem em que se sentem mais confortáveis – como o desenho ou a colagem de imagens e palavras.

A primeira leitura do ano, sobre folclore brasileiro, retoma a parceria com o Banco de Livros da Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais – entidade que realiza doações de obras para bibliotecas de casas prisionais e doou uma coleção de obras inclusivas, que também são adaptadas para pessoas com deficiência visual e baixa visão.

A formação inicial do projeto-piloto contemplou dez apenadas em 2023. Acompanhadas por membros da Comissão Permanente de Fomento à Leitura do Neeja da unidade, elas escolheram com a equipe técnica e as professoras a obra lida na oficina.

Conforme a técnica superior penitenciária Carla Castro, uma das responsáveis pelo Entrelinhas, não estar inscrita nas aulas do Neeja não é um excludente ou impeditivo para a participação das detentas no projeto, que incentivou algumas das participantes a buscar conexão com a leitura e retomar a alfabetização formal. Além disso, as professoras selecionam e identificam o perfil de apenada que poderia se encaixar bem no projeto, ou que começou a fazer a alfabetização, mas desistiu e teria interesse na remição pela leitura.

“A fase da remição é também a da socialização. O momento em que está todo mundo junto e que elas têm mais interação com a equipe técnica, pois estamos dentro da galeria e das salas de aula. Isso faz com que se sintam mais vistas, porque têm um contato direto com quem está do lado de fora”, explica Carla, que é psicóloga. “Então é bem interessante no sentido de proporcionar que elas consigam sair daqueles quatro muros.”

Pela legislação vigente, após a leitura do livro, que deve ser realizada em até 30 dias, as apenadas fazem um relatório sobre o material, que será avaliado pela Comissão de Validação da unidade.

 

Fonte: Estado/RS

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