O dia 30 de agosto foi escolhido como o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, doença que afeta cerca de 40 mil brasileiros, segundo dados da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla – ABEM.
O Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Clínica Especializada em Neurologia no Hospital de Clínicas de Passo Fundo faz parte das ações que envolvem o tratamento e também atua difusão de informações sobre esta doença e esclarecimento sobre a importância do diagnóstico e tratamento adequados. A equipe do Programa abordou as principais dúvidas sobre a esclerose múltipla (EM) em uma série de vídeos que estarão disponíveis nas redes sociais do Hospital de Clínicas a partir do dia 26 de agosto.
Complexidade do diagnóstico pode retardar tratamento
Classificada como uma doença inflamatória desmielinizante, a EM compromete as funções do sistema nervoso. “Na esclerose múltipla, as células de defesa do organismo, que atuam para proteger o corpo, passam a atacar a bainha de mielina, causando inflamações e danos como dormência nos membros, paralisia e perda de visão.” explica o fonoaudiólogo Denis Navarro.
O tratamento envolve uma abordagem que inclui a equipe médica e multiprofissional, possibilitando um plano personalizado de tratamento para cada paciente. A farmacêutica Janaína Kolling esclarece sobre o processo de diagnóstico da esclerose múltipla. “O diagnóstico começa com uma avaliação clínica minuciosa, associado a análise do líquor e pesquisa de marcadores específicos. Ressonâncias magnéticas do crânio e da coluna podem revelar lesões características no sistema nervoso central, ajudando a confirmar a presença da doença. Isso ajuda a descartar outras condições e confirmar a esclerose múltipla. Diagnosticar a EM precocemente faz toda a diferença. Quanto mais cedo o tratamento é iniciado, maior a chance de modificar o curso natural da doença, reduzindo o número de surtos e de sequelas neurológicas.” pontuou.
A complexidade do diagnóstico da esclerose múltipla é um dos fatores que podem interferir na sua identificação precoce e progressão dos sintomas. “As lesões no cérebro causadas pela doença causam diversos sintomas, o que pode levar os pacientes a uma busca de diferentes especialistas, utilizarem vários tratamentos até chegarem a um diagnóstico correto. É fundamental compreender os fatos por trás dessa condição para proporcionar um maior entendimento e apoio às pessoas que vivem com ela.” alerta a enfermeira Thainá Razera.
Qualidade de vida do paciente envolve abordagem multiprofissional
As causas da esclerose múltipla ainda são desconhecidas e embora a doença não possua cura, os tratamentos disponíveis e o acompanhamento correto são diferenciais para a manutenção da qualidade de vida do paciente.
“Há maneiras de promover a qualidade de vida para aqueles que enfrentam a esclerose múltipla. A atividade física desempenha um papel fundamental nesse cenário, manter uma rotina de exercícios regulares pode trazer inúmeros benefícios para os pacientes. Considerando as particularidades de cada indivíduo, é aconselhável praticar cerca de 150 minutos de exercício por semana. O progresso deve ser gradual, baseado nas habilidades, preferências e segurança da pessoa.” orienta o fisioterapeuta Antônio Maiquiel Maia.
Além das alterações motoras e cognitivas, transtornos emocionais também podem se manifestar. “O apoio psicológico desempenha um papel fundamental, sendo uma ferramenta essencial para lidar com as mudanças abruptas e ajudar no processo de readaptação. Ele auxilia na diminuição do estresse e da ansiedade provocados pela doença e auxilia a encontrar uma maneira de enfrentar os desafios com mais resiliência.” evidencia a psicóloga Sabrina Sanchez.