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Doação de órgãos: desconhecimento ainda mantém patamares baixos Organização de Procura de Órgãos aponta que a captação voltou aos parâmetros anteriores à pandemia. Porém, longe do ideal

Fotos: Divulgação HSVP

As filas são grandes. A necessidade, urgente. Entretanto, o transplante de órgãos esbarra, muitas vezes, na desinformação e na negativa de quem pode ajudar a salvar vidas. É o que aponta a Organização de Procura de Órgãos (OPO 4) do Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo.

A reportagem do Grupo Planalto de Comunicação conversou com o médico Cassiano Ughini Crusius, coordenador da OPO 4. Ele apontou que, embora a captação tenha registrado semelhança ao que era observado antes da pandemia, ainda pode ser melhor.

Dr. Cassiano Ughini Crusius – coordenador da Organização de Procura de Órgãos (OPO 4)

Conforme Crusius, a captação alcançou números bons em 2019. Porém, com a pandemia em 2020, houve diminuição extrema. Em 2023, por exemplo, ocorreram 108 protocolos de morte encefálica – pacientes que poderiam ser doadores – mas só 27 tornaram-se doadores. Em 2024, foram 106 e 26, respectivamente.

“Chamamos a atenção para o número de doadores, que poderia ser maior caso as famílias aceitassem. Ocorre um desconhecimento sobre o diagnóstico de morte cerebral, quando não há mais retorno, equivalendo à morte. E também o desconhecimento de que um paciente pode ajudar inúmeros outros” salienta.

Entre os órgãos que podem ser doados, a lista inclui rins, fígado, pulmão, coração, córneas, ossos e tecidos, entre outros. Vale ressaltar que em Passo Fundo não há o implante, apenas, de pulão e coração. Ao mesmo tempo, ossos e córneas quando captados ficam no Banco de Tecidos Musculoesqueléticos, único do Estado e que está no HSVP.

Protocolo

Quando o diagnóstico de morte cerebral é informado, o primeiro passo é a conversa com os familiares, que são pessoas responsáveis por autorizar a doação. A partir da resposta positiva, há um sistema estadual e nacional de transplantes. Em um exemplo hipotético: caso haja um doador no HSVP, os dados são repassados à Central Estadual de Transplantes, que vai encaminhar a melhor adequação aos receptores cadastrados na lista.

Equipe da Organização de Procura de Órgãos (OPO 4)

Confira a entrevista:

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