O dólar opera em forte alta nesta terça-feira (17), atingindo o patamar de R$ 6,20, após a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que apontou piora nas expectativas de inflação e crescimento da atividade econômica, mesmo sob política monetária restritiva.
Com a valorização da moeda norte-americana, o Banco Central interveio no mercado, vendendo US$ 1,272 bilhão em operação à vista entre 9h36 e 9h41. A transação aceitou sete propostas, com uma taxa de câmbio de R$ 6,1005 por dólar.
Por volta das 12h16, o dólar à vista registrava avanço de 0,89%, negociado a R$ 6,2027 na venda. Paralelamente, o Ibovespa subia 0,29%, alcançando 123.985,39 pontos.
Fatores que pressionam o câmbio
Na ata divulgada, o Banco Central destacou que o aumento do câmbio está pressionando os preços em um cenário de demanda aquecida e expectativas inflacionárias acima da meta.
“Lembrou-se que o repasse do câmbio para os preços aumenta quando a demanda está mais forte, as expectativas (de inflação) estão desancoradas (acima das metas) ou o movimento cambial é considerado mais persistente”, afirmou a autarquia.
Além disso, o documento ressalta que a transmissão da taxa de câmbio para preços e atividade será acompanhada de perto. O BC também pontuou que a percepção dos agentes econômicos em relação ao pacote fiscal impactou os preços de ativos, o prêmio de risco e a taxa de câmbio.
Novos leilões para conter o dólar
Para tentar controlar a alta da moeda, o Banco Central realizou outro leilão de venda à vista, disponibilizando ao menos US$ 1 milhão no mercado interno. As medidas reforçam a tentativa de amenizar os impactos do câmbio sobre a inflação e a atividade econômica.
O movimento cambial ocorre em meio a um cenário global de incertezas, combinado com fatores internos que pressionam o prêmio de risco e ampliam os desafios para o controle da inflação.