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Eis o tempo de conversão

Iniciamos nesta quarta-feira de cinzas a caminhada quaresmal, ou, como também se expressa “Tempo da Quarema”. Realmente é um tempo especial que convida a pessoa a mergulhar no mistério de Jesus e também no mistério da sua vida pessoal. A cada ano a Igreja oferece esta oportunidade para seus membros e também para toda a humanidade.  É oportunidade também da pessoa se aprofundar nos exercícios que fortalecem a sua experiência de fé.
Uma dimensão consistente do tempo quaresmal é o convite à conversão. O evangelista Marcos apresenta-nos João Batista convidando a humanidade a se organizar para receber o salvador (Mc 1, 1-8). Os outros evangelistas apresentam o mesmo apelo joanino (Lc 3, 1-12; Mt 3, 1-12; Jo 1, 19-28). Posteriormente Jesus, segundo o evangelista Marcos, após vencer as tentações no deserto, se apresentou convidando as pessoas do seu tempo à conversão porque o Reino de Deus se aproximava (Mc 1,15).
A conversão aqui é lida como mudança de mentalidade, da forma como se vê o mundo e consequentemente a mudança de atitudes. A primeira dimensão sustenta a segunda. A mudança de atitudes sem uma mudança de mentalidade pode ser algo frágil e espontaneísta porque não tem consistência ou embasamento. O risco é não durar por muito tempo. Entretanto, as manifestações no cotidiano revelam um coração convertido. A mudança de mentalidade vai se expressar nas atitudes do dia a dia.
A conversão é um processo ascendente e a medida do tempo vai assumindo novas faces, todas profundamente interligadas. Logo, a conversão não é um projeto com dia e hora marcados e com um fim temporal determinado. O cristão aberto à luz do Espírito Santo está em constante processo de conversão a partir de uma decisão primeira, fruto de uma mente e coração que se voltam para Deus. A quaresma é um tempo fértil de conversão.
A quaresma também convida os cristãos aos exercícios que permitem vivê-la na sua profundidade. O texto de Mateus (6,1-6.16-18), lido na celebração de quarta-feira de cinzas, apresenta a leitura de Jesus sobre algumas práticas assumidas na quaresma que deveriam ser verdadeiramente libertadoras. Mateus apresenta a proposta de Jesus em contraponto a um certo esvaziamento de sentido na prática da esmola, oração e jejum. O Filho de Deus sugere voltar à essência dessas práticas.
Ao falar da esmola (Mt 6, 2-4), Jesus lembra o compromisso pessoal com o necessitado e a capacidade de se compadecer e colocar-se ao seu lado. Para tanto, não se fazia necessário fazer propaganda do gesto, pois o encontro interessava a três pessoas, a saber, o necessitado, aquele que doa e o Pai que tudo sabe. Não se partilha em vista da visibilidade, mas em vista da dignidade do outro.
A oração (Mt 6, 5-6) tem como interlocutor o Pai e a vida da pessoa orante. A oração é um ato de extrema liberdade e transparência, porque a pessoa tem a oportunidade de colocar-se diante do Pai naquilo que ela é, nas suas virtudes e dificuldades, louvando, pedindo ou agradecendo. Nessa atitude a pessoa vive a profundidade do encontro com o Pai.
O jejum (Mt 6, 16-18) carrega uma dimensão de esforço ou enfretamento pessoal. Significa dar um passo a mais, fazer um esforço maior do que o costume. Tem um caráter purificador muito profundo porque provoca a superação nos egoísmos e acomodações. O jejum parte de um coração inquieto.
Como o pede o Papa Francisco: não desperdicemos este tempo sagrado. Que a quaresma seja para todos um tempo de graça.
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