Grupo Planalto de comunicação

Exército em Passo Fundo: vereador Sargento Trindade vai ao Comando Militar do Sul articular instalação do Tiro de Guerra

Assunto discutido amplamente pela Frente Parlamentar da Segurança Pública da Câmara, a possibilidade de retorno de uma unidade do Exército a Passo Fundo será pautada agora em reunião no Comando Militar do Sul, em Porto Alegre. A agenda vem sendo articulada pelo vereador Sargento Tadeu Trindade (PDT), presidente da Frente, que defende a instalação de uma unidade na modalidade Tiro de Guerra (TG) por ver vantagens à cidade e aos jovens, que poderão cumprir o serviço militar obrigatório próximo de casa, seguindo com sua rotina de estudos e trabalho.

A agenda na capital acontece após várias reuniões da Comissão Especial na Câmara, com diferentes autoridades. No último encontro, há cerca de duas semanas, participaram os secretários de Segurança Pública, João Darci Gonçalves da Rosa, e de Transparência e Relações Institucionais, Josué Longo, representante dos Reservistas, dentre outros, quando foram avaliadas questões como o orçamento necessário e o espaço físico.

Dentro dessa agenda de trabalho, Trindade já esteve em Cruz Alta, no ano passado, onde fica o Comando Regional. “As tratativas avançaram junto ao Exército. Fomos até a 3ª Artilharia Divisionária do Exército, a D3, em Cruz Alta, quando conversamos com o comandante, general Carlos Marcelo. A D3 comanda a região Norte e Noroeste do Estado, incluindo Passo Fundo. Saímos de lá com a perspectiva da reunião no Comando Militar do Sul, em Porto Alegre”, detalha o vereador, ao adiantar que, na capital, a reunião será com o chefe de relações institucionais, no dia 22 de março. Conforme Trindade, o objetivo dessa viagem é tratar sobre questões operacionais, “que é a do Exército, depois de termos feito as administrativas. Então, o Comando Militar do Sul, a partir de um estudo, pode encaminhar para o Comando do Exército em Brasília”, explica.

O que é o Tiro de Guerra

Os Tiros de Guerra (TG) se efetivam a partir de parceria entre o Exército Brasileiro e o poder público municipal. Ao serem matriculados com base na Lei do Serviço Militar (LSM), os jovens recebem a denominação de “Atiradores”.  Trindade detalha que há diferenças importantes entre o serviço militar mais tradicional, cumprido nos quartéis, e a modalidade pretendida para a cidade, dentre elas, os horários, por exemplo. “Servindo na modalidade integral, as aulas e instruções são de manhã, tarde e, às vezes, à noite. No Tiro de Guerra, as instruções são diárias das 6h às 8h da manhã, sendo apenas duas horas por dia. Desde que o jovem comprove que esteja estudando, concluindo ensino médio ou já matriculado no ensino superior. Ou seja, aquele jovem que está estudando e trabalhando no turno inverso poderá seguir com sua atividade normalmente”, aponta, ao ponderar que, nessa modalidade, no entanto, não há remuneração.

Outra especificidade é que são selecionados para o Tiro de Guerra apenas jovens do próprio município. “A farda é a mesma do Exército, a instrução, apesar de ser mais resumida, é a mesma, sendo 40 semanas que o jovem permanece, durante nove meses”, complementa.

Em relação à hierarquia, o vereador destaca que também há um compartilhamento de responsabilidade entre o Exército e a Prefeitura, havendo um comandante, que é um militar de carreira, e o cargo diretor da unidade sob responsabilidade do prefeito municipal. “Apesar de ser uma unidade menor do Exército, ela fica subordinada ao prefeito. Para ações sociais, de defesa civil, vacinação, esse efetivo pode trabalhar em conjunto com a Prefeitura”, exemplifica.

Ele lembra que a primeira unidade do Tiro de Guerra no Brasil foi criada no Rio Grande do Sul, ainda em 1902, no município de Rio Grande.  “A partir dali, nunca mais tivemos. São Paulo é o estado que mais possui, com cerca de 70 unidades; Santa Catarina tem 15; há também no Paraná, Bahia e Brasília”, lista.

Escola sediaria unidade

Caso a instalação se efetive, a estrutura não deverá ocupar as instalações do antigo quartel, na Rua Teixeira Soares. A ideia, adianta o vereador Sargento Trindade, é utilizar um prédio inutilizado de alguma escola, como ocorre na cidade de Joaçaba (SC), visitada pela Frente Parlamentar no ano passado, e que abriga cerca de 50 jovens durante treinamento. 

No entanto, por aqui, ainda não há uma definição do endereço. “Fizemos uma reunião com alguns secretários municipais e estamos em tratativas para arrumar uma escola desativada para isso. Pois são necessárias poucas salas, como três para as aulas, dois ambientes comuns, outro para estocar o material e uma área de convivência. Quem mantém a estrutura é o Município, e a parte funcional é o Exército”.

A Frente da Segurança Pública seguirá atuando até maio, quando deverá apresentar um relatório dos trabalhos, incluindo os levantamentos feitos em relação ao Tiro de Guerra – sendo esse um dos principais pontos abordados. O documento deverá ser enviado ao prefeito municipal e ao comando do Exército. Além de Trindade, a Comissão é composta pelos vereadores Nharam Carvalho (União Brasil),  Janaína Leite Portella (MDB), Gio Krug (PSD) e Wilson Lill (PSB).

 

Créditos: Comunicação Digital/CMPF

Facebook
Twitter
WhatsApp