Após um verão de calorão no Rio Grande do Sul, o outono começou com previsão geral de temperatura acima da média e chuva irregular. A chegada da nova estação ocorreu na quinta-feira (20), às 6h01min, no horário de Brasília, e se estende até 20 de junho de 2025.
Chuvas no Rio Grande do Sul
Aos poucos, a área de alta pressão que vinha mantendo o tempo firme e frio pela manhã vai se deslocando para o oceano.
Esse movimento deve gerar duas consequências principais no clima na região:
- Aumento nas temperaturas – as temperaturas devem voltar a subir, principalmente durante a parte da tarde. Está previsto o retorno dos dias de amplitude térmica, isto é, com manhãs e noites mais frias e tardes mais quentes.
- Retorno da chuva – no sábado (22), alguns locais em Santa Catarina e no Paraná podem ter chuva pontualmente forte. No domingo (23), volta a chover também no Rio Grande do Sul.
Outono de 2025 é diferente do 2024
A chegada do outono traz automaticamente a memória de 2024, quando na estação o Rio Grande do Sul enfrentou o maior desastre da sua história com cheias jamais vistas do Guaíba e de vários rios que trouxeram uma catástrofe pela enchente. O outono de 2025, entretanto, não é uma repetição de 2024.
Os dados analisados pela MetSul Meteorologia mostram um padrão atmosférico regional e global de circulação da atmosfera é muito distinto do ano passado. Em 20 de março do ano passado, o Pacífico Equatorial estava com anomalia de 1,3ºC no começo da estação, com um El Niño moderado a forte.
O Pacífico começava a transição de El Niño para neutralidade mais tarde na estação. Hoje, a transição é de La Niña para neutralidade. Não há El Niño canônico (clássico) e a anomalia de temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Centro-Leste está em 0,3ºC.
Além disso, no começo do outono de 2024 o Atlântico Tropical tanto Sul como Norte estava com anomalias de temperatura recordes, o que teve forte influência para as enchentes, o que não se repete em 2025.
A partir de maio as chances de chuva são menores
A tendência é de um outono com chuva abaixo da média na maior parte do Centro-Sul do Brasil com precipitações muito abaixo da média em algumas áreas, em especial mais ao Sul do país. O cenário, assim, não é favorável à agricultura.
Não se espera no Rio Grande do Sul uma normalização tão cedo do grande déficit de precipitação acumulado ao longo do verão e que levou mais de 200 municípios à decretação de emergência. Há preocupação ainda com o milho safrinha porque a escassez de chuva pode levar a perdas.