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Fitopatologista alerta para os riscos da ferrugem da soja

Foto: João Altair

A voracidade da ferrugem asiática, uma doença que pesteia as lavouras de soja, preocupa os agricultores do Rio Grande do Sul. As chuvas fartas que favorecem boas produtividades, ao mesmo tempo criam clima propício ao aparecimento dessa doença fúngica. Produtores que não conseguiram cuidar da lavoura estão registrando perdas de até 50%. As plantas atingidas apresentam um aspecto de ferrugem, diferente da cor natural da maturação que é amarelada.

Foto: Arquivo Pessoal

O aparecimento da doença

O engenheiro agrônomo, Rafael Cabeda, da empresa Cabeda Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário, explica que os primeiros registros, no Brasil, dessa doença que tem origem asiática, ocorreram no município de Lagoa Vermelha, em 1999, feitos pelo pesquisador da Embrapa Soja de Londrina-PR, Paulo Tadashi. Nesse mesmo período, a doença ocorreu em lavouras de feijão no Paraguai e logo se disseminou por todas as fronteiras agrícolas brasileiras e da América do Sul.

Gravidade no Rio Grande do Sul

A alta incidência nessa safra 2023/2024, no Rio Grande do Sul, decorre da grande disponibilidade de chuvas. O ambiente úmido é propício ao aparecimento de doenças fúngicas. Além disso, explica Cabeda, o fato de o Rio Grande do Sul, ser um dos últimos estados a efetivar o plantio, recebe toda a carga da doença vinda por correntes de vento, do serrado e do Paraná.

Tratamento e cuidado

O engenheiro agrônomo Rafael Cabeda, chama a ferrugem asiática de “destruidoras de fungicidas”. Isso porque viu nas últimas décadas, esse fungo criar resistência a inúmeros produtos químicos disponibilizados no mercado.

A doença criou resistência, pelo processo natural do uso contínuo, incialmente aos ativos dos triazóis, por volta de 2007, depois ao grupo das estrobilurinas, carboxamidas, dentre outros. Uma das estratégias é a rotação desses produtos, mas o melhor fungicida, explica o fitopatologista é a nutrição da planta. Assim como o ser humano, se tiver uma boa saúde, aumenta sua imunidade, com as plantas não é diferente.

Foto: Divulgação

É preciso fazer um manejo integrado, diz o pesquisador, que mantém um centro de pesquisa em campo em Água Santa-RS. Isso, passa pela escolha de sementes de soja mais resistentes, uso de biofungicidas e nutrição das plantas que deve ocorrer em todo o seu ciclo. Plantas cultivadas não apenas com NPK, mas com carbono orgânico, ajudam a criar resistência. As aplicações precisam ocorrer desde a fase vegetativa, antes do fechamento com produtos multisítio. É preciso um acompanhamento agronômico, para verificar se o grupo químico está performando ou não, conclui ele.

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