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Fóssil de réptil de 237 milhões de anos é descoberto em Paraíso do Sul Confirmação foi feita por paleontólogo da Universidade Federal de Santa Maria

Foto: Janaína Brand Dillmann

Um paleontólogo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) publicou um estudo no periódico científico Scientific Reports descrevendo uma nova espécie de réptil fóssil oriundo do município de Paraíso do Sul, na região central do Rio Grande do Sul. A descoberta revela o primeiro registro brasileiro de um grupo chamado de Gracilisuchidae, o qual era conhecido apenas na Argentina e China.

Antes do surgimento dos dinossauros, os ecossistemas foram dominados por precursores dos mamíferos e répteis de diversas linhagens. Dentre essas linhagens, uma das mais diversas foi a que posteriormente deu origem aos jacarés e crocodilos. Contudo, durante o Período Triássico, essa grande linhagem foi muito mais diversa do que é atualmente, com muitas formas terrestres ocupando o papel de predadores de topo de cadeia, enquanto outras desenvolveram couraças com espinhos para se proteger. Fósseis desses répteis são registrados em sítios fossilíferos do Brasil.

Revisando os fósseis recebidos, o paleontólogo da UFSM selecionou exemplares para iniciar o trabalho de preparação, que consiste na remoção do fóssil de dentro da rocha que o reveste. Depois de algumas horas de preparação, partes da cintura pélvica (popularmente conhecida como bacia) foram reveladas. Entretanto, o paleontólogo destaca que o momento mais emocionante do processo foi quando a região da órbita do animal se revelou após a remoção de uma camada de rocha. Nesse momento, ficou claro que o crânio daquele organismo também estava preservado.

Após “libertar” o fóssil da rocha, iniciou-se o processo de diagnose. Trazendo uma série de características incomuns, foi possível constatar que aquele fóssil pertencia a um animal ainda desconhecido para o Brasil. Porém, o paleontólogo sabia que havia fósseis com características similares em outros lugares. Exemplares descobertos na Argentina e na China, os quais pertenciam a pequenos répteis predadores, possuíam muitas características compartilhadas com a nova descoberta. Esses animais fazem parte de um grupo chamado de Gracilisuchidae, uma das muitas linhagens de répteis que existiram durante o Período Triássico. Sabe-se que os únicos parentes próximos viventes dos gracilissuquideos são os jacarés e crocodilos, entretanto, diferente das formas viventes, os gracilissuquideos foram animais completamente terrestres, com os membros situados diretamente abaixo do corpo. Eles existiram entre 247 e 237 milhões de anos atrás, ainda antes do surgimento dos dinossauros.

 

FONTE: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

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