O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (24) que o governo federal está priorizando uma interlocução direta com os Estados Unidos para tentar reverter a nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto.
Segundo Haddad, há brasileiros ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro atuando nos EUA, o que poderia ajudar a abrir espaço para o diálogo. “A primeira medida que o governo está tomando é buscar essa interlocução com o governo norte-americano”, explicou.
O ministro também informou que já foi concluído um plano de contingência para apoiar os setores mais impactados pelo aumento da tarifa. As propostas incluem diferentes tipos de medidas, inclusive linhas de crédito, e serão levadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que dará a palavra final sobre quais ações serão implementadas.
“O plano está pronto, foi apresentado, e a partir de segunda-feira vamos preparar a apresentação para o presidente, que tem toda a prudência e experiência para decidir como negociar”, disse Haddad.
O governo brasileiro aguarda resposta dos EUA a uma carta enviada em maio, que detalha pontos que poderiam ser objeto de negociação, após o então presidente Donald Trump anunciar a primeira tarifa de 10% sobre produtos do Brasil. “Reiteramos essas cartas de maio para cá, mostrando onde estamos dispostos a negociar em temas que sabemos ser importantes para os Estados Unidos. Mas, para negociar, é preciso sentar à mesa”, completou o ministro.
Críticas ao Pix
Haddad também rebateu críticas recentes feitas pelo ex-presidente Donald Trump ao sistema Pix, que está sendo investigado por órgãos americanos. Para o ministro, o Pix representa uma tecnologia pública mais eficiente do que alternativas desenvolvidas por empresas privadas nos EUA. “Nós desenvolvemos uma tecnologia melhor, sem cobrar nada por ela, ninguém está ficando rico com isso. O Pix não foi criado para enriquecer empresários, mas para facilitar a vida da população”, afirmou.
