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Histórias de fé e milagres marcam legado do Monsenhor João Benvegnú em São Domingos Morador relembra acidente, amizade e momentos de fé vividos ao lado do religioso, cuja simplicidade e devoção marcaram a comunidade

No interior de São Domingos do Sul, histórias de fé e devoção ao Monsenhor João Benvegnú atravessam gerações e permanecem vivas na memória da comunidade. Um dos relatos mais marcantes vem do senhor Reni, morador da região, que compartilhou lembranças pessoais da convivência de sua família com o religioso.

Reni recorda que seu pai foi protagonista de um episódio inesperado: o socorro prestado ao Monsenhor após um acidente de cavalo. Segundo ele, um animal pertencente ao irmão de seu pai havia se soltado e correu em direção à estrada. Nesse momento, o cavalo que o Monsenhor montava se assustou, provocando a queda e a fratura de sua perna. O pai de Reni foi quem auxiliou no primeiro atendimento e acompanhou o religioso até receber cuidados.

Um detalhe singular chamou a atenção durante o socorro. O Monsenhor, mesmo com a dor da fratura, não permitiu que sua bota fosse retirada, afirmando em italiano que o padre não podia “botar o pé na terra”. Essa atitude refletia a intensidade de sua devoção, um traço marcante da sua vida religiosa e de sua postura espiritual, sempre voltada ao sagrado. O transporte até o atendimento médico foi feito em uma carroça, demonstrando a simplicidade dos recursos da época.

A partir desse episódio, nasceu uma relação próxima entre o Monsenhor e a família de Reni. O religioso costumava visitar a comunidade local, parando com frequência na casa do pai de Remi, que era presidente da capela da região. “Ele era uma pessoa muito simples, não tinha maldade nenhuma. Só falava do bem, só pregava coisas boas. Fui batizado e crismado por ele”, relembra emocionado.

Entre as memórias guardadas com carinho, Reni conta um fato que considera milagroso. A família possuía uma junta de bois que, ao serem retirados da canga, tinham o costume de jogar a peça para fora, o que poderia causar acidentes. Em um fim de tarde, ao acompanhar o pai até o Monsenhor para entregar valores arrecadados em uma festa da capela, receberam uma bênção especial. No dia seguinte, os bois nunca mais repetiram aquele comportamento, o que para Reni é prova de um milagre. “Não tinha como explicar de outra forma. Foi uma força maior que mudou aquilo. Para mim, foi o sinal mais concreto da santidade dele”, afirma.

O santuário mencionado por Reni, construído no ponto mais alto da paróquia, permanece até hoje como patrimônio histórico, sendo um divisor de águas geográfico e espiritual na região. Além de sua importância religiosa, carrega memórias de devoção popular que fortalecem a identidade cultural e espiritual da comunidade.

Esses relatos reforçam a imagem do Monsenhor João Benvegnú como uma figura de fé, humildade e proximidade com os fiéis. Sua atuação pastoral, seu testemunho de vida simples e sua dedicação à Igreja Católica são lembrados com respeito e carinho.

No mês de outubro, São Domingos do Sul será palco de um momento histórico: a cidade receberá um grande encontro religioso, reunindo um número expressivo de padres, como parte do processo de canonização do Monsenhor. O evento promete mobilizar a comunidade local e atrair fiéis de diferentes regiões, consolidando a importância de sua memória para a Igreja e para os devotos.

A expectativa é que a celebração reforce ainda mais a devoção popular ao Monsenhor João Benvegnú, destacando o legado de fé que deixou e reafirmando sua relevância na história religiosa do Rio Grande do Sul. Para moradores como Remi, a lembrança permanece viva, marcada por episódios de amizade, devoção e milagres que continuam inspirando gerações.

Reportagem: Redação
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