Grupo Planalto de comunicação

II Seminário Nacional de Teologia Pastoral: o desafio de cimentar a Metodologia Participativa Sinodal

A Itepa Faculdades, dentro das comemorações dos seus 40 anos de criação, está desenvolvendo o II Seminário de Teologia Pastoral nos dias 21 e 22 de agosto. Na abertura do Seminário, o Diretor da Itepa Faculdades disse que “Jesus Cristo, o Bom Pastor, afirma que veio até nós a fim de que todos tenhamos vida e vida em abundância (Jo 10,10). Seguindo os passos de Jesus, também nós queremos fazer de nossa pastoral um verdadeiro compromisso em prol da vida das pessoas e da nossa casa comum, o planeta terra. Para buscar tal objetivo, não podemos ter uma consciência ingênua e simplista das realidades, mas compreendê-las com senso crítico, conexos com as pessoas que lutam e buscam uma sociedade justa, fraterna, pacífica, sustentável”.

Em sua exposição, Pe. Ivanir Antonio também lembrou de ensinamentos do Pe. Elli Benincá sobre nossa incompletude e sobre o desejo de infinito. Partido de um pensamento do Papa Francisco – “substituí os medos pelos sonhos, não sejais administradores de medos, mas empreendedores de sonhos!” convidou a todos para cantar o Hino da Itepa Faculdades, que em suas duas estrofes, “aborda a temática dos sonhos. Na primeira diz que sonhamos o sonho do Deus Libertador; na segunda que sonhamos com o povo que sonha por um novo dia”.

O Painel do Seminário, coordenado pelo Prof. Dr. Neri Mezadri, abordou quatro tópicos. O Pe. Léo Zeno Konzen, da Diocese de Santo Ângelo e ex-Diretor da Instituto Missioneiro de Teologia discorreu sobre “O Itinerário dos Institutos de Teologia no norte do Rio Grande do Sul para amalgamar e cimentar a Metodologia Pastoral Participativa”. Pe. Léo iniciou sua exposição recordando dos antecedentes ao ano de 1983, quando nasceram o ITEPA e o IMT, especialmente o Vaticano II que “abriu portas e janelas”; o documento Sacrossanctum Concilium que quer uma liturgia “ativa, consciente e PARTICIPATIVA”, Medellín e o desafio da opção pelos pobres; Puebla desafiando para uma “eclesiologia de comunhão e PARTICIPAÇÃO”. Também citou o desenvolvimento da Teologia da Libertação “comprometida, engajada socialmente com a perspectiva do Reino de Deus”; as CEBs e a metodologia participativa nas comunidades; Paulo Freire e a “educação que assume a realidade do povo simples e comprometida comunitariamente”. O painelista narrou como vivia-se a metodologia participativa no IMT: “O Itepa e o IMT eram irmãos!”.

O segundo tópico foi assessorado pelo professor da Itepa Faculdades, Coordenador do Curso de Bacharelado em Teologia e Professor de Metodologia e Prática Pastoral, Pe. Ivanir Antonio Rodighero que abordou o tema “Metodologia Pastoral Participativa na Itepa Faculdades”. Pe. Ivanir resgatou os princípios fundamentais da Metodologia Participativa Sinodal da Faculdade de Teologia e Ciências Humanas a partir das Constituições do Itepa. Abordou sobre os princípios gerais: os de ensino, os da pastoral e a mística. Afirmou que o “grande sujeito do próprio estudo é o aluno/os acadêmicos e, por isso, a importância de participarem no estudo, na pesquisa…”. A função dos professores “é abrir perspectivas”, “animar os estudantes” no próprio processo de estudo “a fim de que sejam sujeitos”. Continuou dizendo que a Itepa Faculdades tem seu olhar voltado para as Igrejas que a compõem, sobre os documentos da Igreja e em diálogo com as várias perspectivas teológicas. Enfatizou a presença do encontro com o Senhor e a importância fundamental da mística. Citando Karl Rahner disse que “o cristão do futuro necessita da mística para manter-se fiel”. Comparou a mística com três imagens: a seiva, o fermento e o cimento. A mística é fundamental para garantir processos participativos.

O terceiro tópico contou com a exposição do Bispo Diocesano de Vacaria, Dom Sílvio Guterres Dutra que abordou a “Metodologia Pastoral Participativa e a Sinodalidade”. Segundo Dom Sílvio, que possui formação em ciência pastoral, a “pastoral precisa ser pensada antes, durante e depois” da ação, tendo presente que o “sujeito da pastoral é a comunidade”. Neste sentido, é necessário que esteja inserida na “diocesaneidade da pastoral orgânica”. Dom Silvio, então, abordou quatro aspectos: o sujeito da pastoral; as condições de ordem pedagógico para o planejamento pastoral; as condições de ordem metodológica para o planejamento eficaz; o conhecimento do contexto lido no âmbito da pastoral.

O quarto tópico foi apresentado pelos acadêmicos da Itepa Faculdades, Hélio Rafael Frazão Pereira e Renan Paloschi Zanandréa, que explanaram sobre os “Desafios para a construção teórica e para a prática Metodológica Pastoral Participativa e Sinodal”. Os painelistas, indicados pelos estudantes através do Daitepa, destacaram três desafios: 1) do clericalismo à sinodalidade, pois o clericalismo “isola, separa e enfraquece a Igreja ministerial”; 2) do individualismo à comunidade e, nisto, é preciso abandonar a “espiritualidade do espelho” que tanto atrai; 3) do imediatismo à processualidade, pois o imediatismo carrega consigo o descartável, o vazio de sentido, as relações líquidas e gasosas. O processo participativo sinodal dá solidez à prática pastoral e, por isso, é exigente. Os acadêmicos fizeram várias referências aos ensinamentos do Papa Francisco e ao Instrumento de Trabalho do Sínodo “Por uma Igreja Sinodal: Comunhão, Participação, Missão”.

A programação da manhã pode ser assistida no youtube da Itepa Faculdades.

Facebook
Twitter
WhatsApp