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João Batista convida a preparar a vinda do Senhor

Pe. Ari Antonio dos Reis

Estamos iniciando neste domingo a terceira semana do Advento. Teremos como companheiro de peregrinação na esperança o profeta João Batista, filho de Zacarias e Isabel. João é também caracterizado como o profeta que veio do deserto (Mc 1,4; Lc 3,2) e conclamava as pessoas a prepararem os caminhos do Senhor, endireitarem suas estradas (Lc 3,4). A própria vida de João Batista era um testemunho de vida sóbria. Segundo o evangelista Marcos ele se alimentava de gafanhotos e mel silvestre (Mc 1,6). Ele era a grande novidade na Galileia e teve a humildade de não se dizer o Messias mas convidar as pessoas para se prepararem para acolher o Messias. Segundo o Evangelista João, ele testemunhou Jesus, o enviado do Pai (Jo 1,30).

João estará conosco nesta terceira semana do Advento. Se aliará a Maria na peregrinação para o Natal para que esta seja marcada pela esperança e a boa preparação para receber o “Emanuel”. Maria ensina à humanidade o sentido do consentimento, o sim à Palavra de Deus. João Batista ensina o valor da preparação para acolher o Verbo de Deus, porque Ele não é um fato passageiro, um modismo que logo perde o vigor. Jesus é uma alegria permanente que vai renovar a esperança de toda a humanidade. Ele vem para nos salvar e nós clamamos a sua vinda como sugere o canto: senhor vem salvar teu povo das trevas da escuridão; só tu és nossa esperança, és nossa libertação!

Cabe à humanidade a preparação para acolher o salvador. João Batista sugere esta preparação que combina com a mudança de vida como indicativo do desejo de aproximar-se de Deus. Vejamos. Deus está se aproximando da humanidade na figura do menino Jesus. É Ele que vem, e vem para salvar os homens e mulheres. Deus tomou a iniciativa. E, como refletimos no domingo anterior, contou com a colaboração de Maria.

Diante do gesto divino de aproximação cabe a resposta humana e esta passa por uma preparação concreta como a sugerida por João Batista. Ele sugere o que fazer porque esta foi a pergunta das pessoas do seu tempo as quais ele se apresentou: o que devemos fazer? (Lc 3,10-18). O profeta não as deixa sem respostas. Também não faz propostas fora do comum ou sugere caminhos difíceis para seus interlocutores. Apresenta como modo de fazer o que está ao alcance de todos, caminhos a partir do cotidiano de suas vidas.

Para a multidão sugere a partilha do vestuário e do alimento, aquilo que dá dignidade ao ser humano e a ausência ou acúmulo gera grande dor e sofrimento; aos cobradores de impostos sugere a prática da justiça no trabalho que executam e que não cobrassem mais que o estabelecido ou não fizessem da profissão um meio de corrupção; aos soldados recomenda o respeito e consideração para com as pessoas, que não tomassem à força o dinheiro de ninguém, não fizessem falsas acusações e se contentassem com o salário ganho. São indicações extremamente simples, mas que, postas em prática revelavam uma profunda mudança de atitude. Ele soube com contundência rechaçar aqueles que se aproximaram com segunda intenções, todavia sem um real desejo de mudança.

Naquele tempo, para aquelas pessoas João sugeriu um caminho. Que proposta teria para nós? Segundo José Antonio Pagola “João Batista nos oferece uma resposta terrível pela sua simplicidade. Uma resposta decisiva, que nos põe a cada um de nós diante da nossa própria verdade”.

Ela provoca, em primeiro lugar, um mergulho crítico nas nossas práticas a partir da nossa condição de vida em vista da mudança, da transformação, assim como pediu à multidão, aos cobradores de impostos e aos soldados. O que ele pediria a nós? Somente a partir desse mergulho crítico e transformador é possível dar o outro passo, que consiste em olhar para o horizonte e dar-se conta de que o salvador está se aproximando. No caso este olhar será marcado pela alegria sincera e pela esperança renovada, porque verdadeiramente estamos nos preparando para receber o Senhor como o profeta pede.

Acolhamos as orientações de João Batista, nosso companheiro de viagem nessa terceira semana de preparação para o Natal.

Ele nos faz um pedido muito especial: preparem o caminho do Senhor; se prepararem para acolher o Senhor!

 

Pe. Ari Antonio dos Reis

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