Conta-se que uma mulher muito doente, já em estado terminal, teve uma visão de que se apresentara diante do tribunal do céu. Lá ouviu uma voz que lhe perguntou:
– Quem é você?
– Sou a mulher do prefeito – respondeu ela.
Não perguntei com quem você é casada, e sim quem é você.
– Sou mãe de três filhos.
Não perguntei de quem você é mãe, e sim quem é você.
– Sou professora.
Não lhe perguntei qual é a sua profissão, e sim quem é você.
O interrogatório prosseguiu dessa maneira. Qualquer resposta que desse não contentava o interlocutor.
– Quem é você?
– Sou cristã.
Não perguntei sobre a sua religião, e sim quem é você.
– Sou a mulher que organizava campanhas em favor dos pobres e necessitados.
Não perguntei o que você fazia, e sim quem é você.
Não tendo passado no teste, foi enviada de volta à terra. E após dar alta do hospital, resolveu descobrir sua identidade.
Agora sua obrigação era ser pessoa humana, sem nenhuma ganância ou ambição. Não procurar ser isso ou aquilo, mas apenas ser.