O caso de Gustavo Witech Fauth, o bacharel em Direito preso por crimes como pedofilia, estupro de vulnerável e perseguição em Passo Fundo, ganha novas e preocupantes camadas. Além do terror vivido pela família de uma adolescente de 13 anos, surgem relatos que levantam dúvidas sobre um perfil em rede social utilizado pelo homem. Gustavo tinha, além do perfil pessoal, um perfil considerado profissional. Ele possuía na rede social Instagram um perfil onde se autointitulava um apaixonado por fotografia.
O Alerta Que Vem da Internet e do Passado
A redação do Grupo Planalto de Comunicação tem recebido diversas mensagens de pessoas que suspeitam ter tido algum envolvimento com Gustavo. Uma delas, que preferiu não ser identificada, citou um ensaio fotográfico que ele teria feito com uma jovem há algum tempo. O que chamou a atenção, segundo o relato, foi o “modo sexualizado” das imagens após a entrega do material aos pais da menina. A mulher relata que ficou horrorizada quando leu a notícia da prisão de Gustavo.
“Meu Deus, que perigo isso, pensar que tem mais psicopatas como ele soltos por aí colocando medo nas pessoas, que absurdo! Devemos ficar atentos e ter cuidados com as crianças.”
Outro depoimento remonta aos tempos de escola, mostrando um comportamento de perseguição que já se manifestava:
“Desde a época de escola, eu conversava com ele por educação, porque via ele sempre sozinho. Acredito que por ter dado um pouco de atenção, ele achou que eu estava gostando dele, então começou a me perseguir, tanto na escola, quanto por mensagens, ficava me cuidando pelos cantos”, relata uma jovem.
Em outro relato de uma jovem: “Quando fui para a faculdade, ele descobriu e saiu de onde estudava para ir estudar na mesma que eu. Ficava me cuidando e sempre dava um jeito de chegar perto para puxar assunto. Depois começou a frequentar a mesma Igreja que eu, sempre com conversa estranha, querendo mostrar ser bom e dizendo ser bom partido. Isso só acabou quando comecei a namorar”.
Esse padrão de obsessão e manipulação, evidenciado nos novos relatos, ecoa com a experiência de terror vivida pela família da adolescente que na época tinha apenas 13 anos. Gustavo criou perfis falsos, enviou correspondências doentias com lâminas e drogas, e até mesmo tentar se mudar para o mesmo prédio onde a família morava.
“Ele estudou comigo na graduação, sempre muito na dele, conversava pouco. Infelizmente, nunca sabemos quem está ao nosso lado”, relatou mais uma pessoa que teve contato com o homem.
Gustavo foi preso preventivamente em duas ocasiões na última semana, responde por uma série de crimes graves. A investigação da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Passo Fundo revelou que ele utilizava múltiplas linhas telefônicas para ameaçar a jovem, e em sua residência foram encontrados drogas, fotos da adolescente e cerca de 500 arquivos de pornografia infantil.
A crescente quantidade de relatos e a gravidade das acusações reforçam a importância do alerta feito pela mãe da vítima: “Revirem celulares, jogos, redes sociais. Meu erro foi achar que ela estava segura em casa. Esses monstros são pacientes. Eles estudam suas vítimas”.
O caso do bacharel de direito em Passo Fundo é um grito de alerta para pais, responsáveis e toda a sociedade. A história de manipulação, pedofilia e perseguição vivida por uma família mostra como predadores sexuais agem, muitas vezes de forma silenciosa e planejada, utilizando a internet como porta de entrada. Para evitar que outras crianças e adolescentes se tornem vítimas, é fundamental estar vigilante e adotar medidas preventivas.
Sinais de Alerta: O Que Observar?
Comportamento:
- Isolamento: A criança ou adolescente passa a se trancar mais no quarto, evita o convívio familiar, ou mostra desinteresse por atividades que antes gostava.
- Mudanças bruscas de humor: Agressividade repentina, tristeza profunda, ansiedade ou irritabilidade sem motivo aparente.
- Segredos excessivos: Recusa em falar sobre o que faz online, esconde o celular ou o computador, ou se torna defensiva ao ser questionada.
- Queda no rendimento escolar: Dificuldade de concentração, notas baixas e falta de motivação para estudar.
- Automutilação ou pensamentos suicidas: Qualquer indício de cortes, arranhões, ou falas sobre não querer mais viver devem ser levados a sério e investigados.
Sinais Físicos:
- Marcas inexplicáveis: Hematomas, arranhões, queimaduras ou dores nas partes íntimas que não têm uma justificativa clara.
- Higiene negligenciada: Descuido com a aparência pessoal, falta de banho, roupas sujas ou inadequadas para o clima.
- Comportamento sexualizado: Linguagem, desenhos ou brincadeiras com conotação sexual inadequadas para a idade.
Protegendo Nossos Filhos: Ação é a Melhor Prevenção
- Diálogo aberto e constante: Crie um ambiente de confiança onde a criança se sinta segura para compartilhar seus medos e preocupações. Pergunte sobre o que ela faz online, com quem conversa e o que assiste.
- Supervisão ativa: Conheça os jogos e redes sociais que seus filhos utilizam. Monitore o histórico de navegação e as conversas, explicando a importância dessa medida para a segurança deles.
- Configurações de privacidade: Ajude a configurar os perfis online com as maiores restrições de privacidade possíveis, limitando o acesso de estranhos às informações pessoais.
- Oriente sobre estranhos online: Ensine que “Daniel” ou “Naty” podem ser, na verdade, adultos mal-intencionados. Reforce que nunca se deve encontrar pessoalmente alguém conhecido apenas online sem a presença e o consentimento dos pais.
- Cuidado com presentes e propostas: Alerte sobre o perigo de receber presentes, dinheiro ou propostas de trabalho ou modelagem de pessoas desconhecidas.
- Atenção ao conteúdo: Fique atento a qualquer conteúdo enviado à criança que seja inadequado, como mensagens com teor sexual, drogas ou lâminas.
- Observe o comportamento de terceiros: Esteja atento a adultos que demonstrem interesse excessivo ou incomum em seu filho, seja online ou presencialmente, como rondar a escola ou o prédio.
Denuncie: Não Se Cale!
A denúncia é crucial para interromper o ciclo de abuso e proteger outras vítimas.
📞 Disque 100: Serviço nacional de denúncias de violações de Direitos Humanos.
📲 DPCA/DEAM de Passo Fundo – (54) 3318-1400: Delegacia especializada na proteção de crianças e adolescentes.
🚨 Polícia Militar (190): Em casos de emergência ou risco iminente.
A proteção de crianças e adolescentes é uma responsabilidade de todos. A vigilância e a ação imediata podem salvar vidas.
Reportagem: Redação
Grupo Planalto de Comunicação