O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra o ex-servidor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Eduardo Tagliaferro, que atuou como assessor do ministro Alexandre de Moraes. Ele é acusado de ter repassado informações sigilosas à imprensa e de tentar interferir nas investigações relacionadas a ataques à democracia.
Segundo a denúncia, Tagliaferro teria divulgado diálogos confidenciais mantidos com juízes auxiliares e servidores do STF e do TSE entre maio de 2023 e agosto de 2024, quando chefiava a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação da Corte Eleitoral. O Ministério Público sustenta que a conduta visava atender a interesses de uma organização criminosa que buscava desacreditar o sistema eletrônico de votação e fragilizar a atuação do Judiciário.
Entre os crimes imputados estão violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação envolvendo organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Em 2024, a divulgação de mensagens pela imprensa mostrou que a assessoria comandada por Tagliaferro havia sido acionada para subsidiar inquéritos conduzidos por Moraes no STF. O gabinete do ministro afirmou que as solicitações a diversos órgãos ocorreram dentro dos limites regimentais.
Nas redes sociais, o ex-assessor se apresenta como “perito em computação forense perseguido politicamente por Alexandre de Moraes”. A defesa dele ainda não foi localizada. Entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Tagliaferro é citado como símbolo das supostas arbitrariedades do magistrado.