A Prefeitura de Passo Fundo abriu, nesta quinta-feira (31), um edital para a contratação de mais agentes de combate às endemias. Essa é mais uma das medidas estabelecidas com o objetivo de ampliar o trabalho contra a dengue. O município está há um mês sem casos da doença, mas segue adotando ações para evitar novos registros.
De acordo com o prefeito Pedro Almeida, serão mais 23 vagas e cadastro reserva para intensificar as atividades nos bairros, como vistorias, fiscalização e orientações à comunidade. “Aumentar o número de agentes de combate às endemias é uma medida necessária para fortalecer as equipes que atuam diretamente no controle. Com as novas contratações, teremos 52 profissionais”, enfatizou, destacando que o edital já está disponível no site da Prefeitura.
Além dos novos agentes, a Prefeitura dará sequência às campanhas de conscientização da comunidade acerca dos cuidados que devem ser mantidos contra a dengue. A mobilização será feita a partir das redes sociais e imprensa e continuará acontecendo nas escolas.
A chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental, Ivânia Silvestrin, destaca que as novas ações fazem parte de estratégias focadas no verão de 2024. “O Centro Estadual de Vigilância e Saúde preconiza que, a partir de agora, teremos um cenário habitual, em toda a região sul, de vários casos de dengue. Então, vamos seguir trabalhando com visitas aos imóveis, conscientizando a população e mais campanhas informativas para unir a população no combate”, considerou Ivânia.
Zerar os casos
Passo Fundo está há um mês sem registrar casos de dengue. As ações realizadas pela Prefeitura, associadas ao período de inverno, contribuíram com que o município reduzisse o número de notificações até chegar a zero.
Conforme a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental, Ivânia Silvestrin, este dado é importante, uma vez que o verão foi atípico no país com muitos casos da doença notificados. “Na nossa região aqui do Rio Grande do Sul, também foi um cenário bem atípico de todos os outros anos, porque nós nunca tínhamos tido tantos casos de dengue. Entre os fatores relacionados com este aumento, estão a adaptação do mosquito aedes aegypti ao nosso clima e o fato da baixa quantidade de chuva no início do ano, que levou as pessoas a guardarem água”, pontuou.
Os primeiros casos autóctones, ou seja, contraídos no próprio município, foram notificados em fevereiro deste ano. O número de pessoas que contraíram a doença cresceu e oscilou nos meses subsequentes: em março, foram 95 casos; em abril, 447; em maio, 217.
Segundo Ivânia, ainda em fevereiro, a Prefeitura acendeu o alerta e realizou ações estratégicas voltadas à eliminação de criadouros e à conscientização das pessoas. Com o passar do tempo, tendo em vista o contexto da dengue, as medidas foram intensificadas. “Fizemos varreduras nos bairros com casos positivos, eliminando os criadouros do mosquito e conversando com os moradores, justamente, para conscientizar em relação a esses cuidados contra o vetor. A Vigilância manteve ciclos de visitas nos locais em que havia maior incidência de casos e efetuou bloqueios com inseticida e de transmissão viral, pesquisas vetoriais especiais e o fumacê”, pontua Ivânia, enfatizando que foi realizada, ainda, uma campanha junto à imprensa e com um carro de som para orientar a comunidade.
Em junho, a queda de casos foi acentuada, com 32 notificações. Já em julho, foram notificados somente seis casos. Desde o dia 8 de agosto, o município não tem mais registros da doença e pacientes internados.
Cuidados que devem ser mantidos
Zerar o número de casos evidencia o êxito das ações adotadas pelo Município, mas não significa que a população pode relaxar com os cuidados. A chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental salienta que o mosquito persiste na natureza e, por isso, é imprescindível eliminar a água parada nas residências. “O mosquito fica escondido embaixo dos móveis e atrás de cortinas, por exemplo, mas seus ovos persistem por até 450 dias em condições favoráveis na natureza. Os ovos estão mais resistentes às temperaturas e, desta forma, orientamos que a população não deixe a água parada em baldes, caixas e tonéis sem tela e tampa”, mencionou.
Ivânia chama a atenção de toda a comunidade, uma vez que o combate ao vetor é uma responsabilidade coletiva e, portanto, todas as pessoas devem fazer a sua parte. “Tivemos três óbitos por dengue em Passo Fundo, o que confirma que a doença é perigosa e pode matar. Se cada um fizer a sua parte, revisando o pátio e eliminando os possíveis criadouros, conseguimos ser mais efetivos contra o mosquito e evitar casos”, afirmou.
Edital para a contratação dos agentes
As inscrições para o processo seletivo visando à contratação de mais agentes de combate às endemias irão de 04 a 15 de setembro. O edital pode ser conferido no site da Prefeitura (www.pmpf.rs.gov.br).