O vice-presidente da Coasa, Roberto José Felini, a engenheira agrônoma Naiana De Mello e os coordenadores de filiais André Pegoraro e Bruno dos Santos participaram de uma viagem para a Argentina, organizada pela Unicafes – União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária. O roteiro objetivou o intercâmbio entre o cooperativismo brasileiro com organizações cooperativas de diferentes segmentos daquele país. Durante as agendas, eles participaram de um uma reunião com órgãos públicos de governo argentino, brasileiro e chileno, que proporcionou conhecer as políticas e as medidas que estão sendo implementadas para apoiar o desenvolvimento do cooperativismo. “Neste encontro foi demonstrado o interesse em se pensar estratégias que possam facilitar as negociações entre as cooperativas destes países”, explica o vice-presidente da Coasa, Roberto José Felini .
Na terça-feira, 02/05, o grupo esteve na AFA, considerada a principal cooperativa de grãos da Argentina e uma das maiores da América Latina. São 36 mil produtores associados e uma estrutura formada por mais de 1.600 colaboradores efetivos em nove províncias argentinas. Segundo Naiana de Mello, foi feito um tour pelas instalações com explicações sobre os processos e as técnicas de trabalho e gestão utilizadas. “Foi um dos locais que mais nos chamou a atenção por ser uma cooperativa essencialmente agrícola”, conta ela. Neste mesmo dia, foi feita uma visita à Cooperativa Agropecuária Los Molinos que atua com serviços agrícolas como armazenagem, comercialização e logística de cereais e oleaginosas. E, também, conhecida a experiência da Alimentos Cooperativos, que, conforme Naiana, atua na produção e comercialização de alimentos provenientes da agricultura familiar das propriedades rurais para grandes centros urbanos.
Já na quarta-feira, 03/05, aconteceu a visita à Confederação das Cooperativas da República Argentina, momento em foram trocadas experiências e conhecimentos sobre as políticas públicas que afetam as organizações cooperativistas dos dois países. A agenda da quinta-feira, 04/05, último dia da viagem técnica, contou com visitação na Cooperativa de Trabalho Molinera e a Cooperativa Elétrica, ambas em Saladillo. Na avaliação dos participantes da Coasa, na viagem foi possível ver, in loco, a situação de perdas provocadas pela estiagem na Argentina, que, em alguns locais, chega a 80% da produção de grãos. Mas, por outro lado, foi possível perceber a força do cooperativismo. “Este tipo de viagem permite agregar conhecimento, fortalece as cooperativas e consequentemente ao resultado dos seus associado”, avalia Felini. “Eu acho que o desenvolvimento da agricultura em muito se deve às ações dessa junção de produtores no formato de cooperativa”, finaliza Naina.
COASA NA FRANÇA
Recentemente, o gerente comercial da Coasa, João Fernando Tibola, esteve representando a cooperativa em uma viagem promovida pela Timac Agro. Em Saint-Malo, ele pode conhecer o Centro Mundial de Inovação da multinacional – parceira da Coasa na linha de fertilizantes foliares e sólidos e também de nutrição animal. Neste local são desenvolvidas as pesquisas de produtos demandados pelo mundo todo. Trata-se, segundo Tibola, de um laboratório avançado onde são simuladas todos os tipos de solos e todas as condições climáticas, para que as pesquisas sejam feitas nas reais condições de cada ambiente.
“Hoje eles estão pesquisando uma demanda do Brasil que são os produtos voltados à redução das perdas por estresse hídrico; para acelerar o metabolismo da planta fazendo com que ela recupere o mais rápido possível o potencial produtivo possível após o retorno das chuvas”, conta João Fernando. Outra pesquisa que chamou a atenção, conta ele, foram os produtos que favorecem uma maior absorção de nutrientes do solo, com o uso de extrato de algas – que são abundantes na região, inclusive com o fomento de cooperativas de coletores que fornecem a matéria prima para a indústria de insumos biológicos para a nutrição de plantas.
Também foi destaque, durante a viagem, os estudos voltados à condução elétrica do solo onde é demonstrada a necessidade de estabilidade entre prótons e elétrons – carga elétrica positiva e carga elétrica negativa, respectivamente. “Se o solo está em desequilíbrio nessa parte elétrica, ele acaba gastando mais carbono – e outros nutrientes – para se equilibrar retirando essa força que poderia estar sendo direcionada para planta. Eles estão, então, desenvolvendo produtos que fazem a regulação elétrica do solo”, explica Tibola, que também acredita que todas essas pesquisas podem, num futuro próximo, trazer muitos benefícios para os produtores rurais da região. “Essas viagens favorecem isso, poder trazer todo esse conhecimento para o nosso associado”, finaliza ele.
Fotos: COASA/Digulgação