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Quaresma: conversão, esmola, oração e jejum Eis o tempo de conversão!

Estamos no tempo da quaresma. É um tempo de graça e aprofundamento da vida de fé no seguimento do Ressuscitado. Sugere uma espiritualidade especial, fundada na conversão, esmola, oração e jejum.

O convite à conversão é expresso na Sagrada Escritura, primeiramente na voz de João Batista, o profeta que veio do deserto. O texto de Marcos descreve Ele se apresentando ao povo judeu convidando à conversão e à preparação para a vinda do Senhor (Mc 1,1-2). Marcos também descreve o início da atividade de Jesus. Logo após o batismo o Filho de Deus se manifestou afirmando a proximidade do Reino de Deus e conclamando as pessoas à conversão. A expressão “conversão” significa mudança de mentalidade, da forma como se vê o mundo e, consequentemente, a mudança das atitudes. O tempo da quaresma convida a este passo. Deixemos que Deus, e sua graça nos conduza a este processo transformador.

As outras referências da caminhada quaresmal são comuns às diferentes tradições religiosas. É possível afirmar que são práticas religiosas que extrapolam a tradição cristã. Todavia, são muito caras para os cristãos. Sustentam uma espiritualidade de fidelidade a Jesus e o Reino por Ele anunciado.

O Evangelista Mateus, no Sermão da Montanha (Mt 5-7), descreve nas palavras de Jesus a importância dessas práticas. Na relação está o doador, o outro e Deus. Segundo Jesus, o Pai que vê o escondido dará a recompensa (Mt 6,4). Assim, a esmola convida a olhar com carinho a relação da pessoa com o outro necessitado. Com este, exercita-se a partilha gratuitamente, sem esperar nada em troca, sem visar o reconhecimento, mas buscando puramente o bem do outro, sanando a sua necessidade. É a compaixão e solidariedade que me levam ao encontro com o outro pela partilha que, por sua vez, revela uma espiritualidade de ação social, uma espiritualidade solidária que não ficará apenas na esmola, primeiro passo e muito importante, mas provocará a um passo a mais como sugere o Papa Francisco: a palavra solidariedade significa muito mais do que alguns atos esporádicos de generosidade; supõe a criação duma nova mentalidade que pense em termos de comunidade, de prioridade da vida de todos sobre a apropriação dos bens por parte de alguns (EG 188).

A segunda proposta da espiritualidade quaresmal é a oração. Precisamos de oração e nossa espiritualidade se funda na oração, o estar diante de Deus individualmente ou comunitariamente, na total abertura e disponibilidade. Na Exortação Evangelii Gaudium o Papa Francisco afirma: é preciso cultivar sempre um espaço interior que dê sentido cristão ao compromisso e à atividade. Sem momentos prolongados de adoração, de encontro orante com a Palavra, de diálogo sincero com o Senhor, as tarefas facilmente se esvaziam de significado, quebrantamo-nos com o cansaço e as dificuldades, e o ardor apaga-se. A Igreja não pode dispensar o pulmão da oração (EG 262). Jesus foi um homem de intensa oração. Rezava em diferentes momentos ao ponto dos discípulos pedirem que também os ensinasse rezar à sua maneira. Segundo o Papa Francisco: “ a oração é a chave que abre o coração ao Senhor. É dialogar com Deus é ouvir a sua Palavra, é adorar: ficar em silêncio e confiar-Lhe o que estamos vivendo”. Precisamos da oração, precisamos nos dizer a Deus. E precisamos que Deus nos diga do seu projeto para nós.

O tempo quaresmal motiva a intensificar nossa prática. Ela nos coloca diante de Deus na total transparência existencial como dizia Jesus: reza ao teu Pai que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido te dará a recompensa (Mt 6,15).

O terceiro caminho é a prática do jejum. É uma prática de ascese que leva a relativizar as vontades do corpo em nome de um projeto maior. Se exercitado com espírito sincero e, respeitando a os limites pessoais, tem um valor extraordinário. Coloca o ser humano em plena sintonia com o plano de Deus naquilo que é possível para e alcançável. É um gesto de espiritualidade necessário e de grande força. Qualquer esforço é válido, todavia o mínimo diante do que Jesus fez por nós. Ele mesmo assinala a importância da prática do jejum como uma atitude de comunhão com Deus, mas sobretudo de purificação pessoal (Mt 6, 17-18).

Aproveitemos o tempo quaresmal como um tempo de graça e façamos desses exercícios um caminho de santificação.

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