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Rio Grande do Sul se torna o maior produtor de azeite de oliva do Brasil

A produção de azeite de oliva extravirgem no Rio Grande do Sul está se consolidando como um negócio promissor. A afirmação encontra evidência pela crescente procura pelo produto no país. Cerca de 100 milhões de litros de azeite de oliva tem passado pelas mesas dos brasileiros por ano, cenário que colocou o Brasil como o segundo apreciador mundial, atrás apenas dos Estados Unidos, que absorvem uma média anual de 300 milhões de litros. Com a escalada do interesse da população em incluir no cardápio o sabor do óleo extraído das oliveiras, o RS prepara as turbinas das indústrias para superar a produção de 2022 no Estado, que foi de 450 mil litros, e ultrapassar o volume de 500 mil litros neste ano. O objetivo é  manter o RS como líder nacional, respondendo por 75% da produção, sendo seguido por Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Paraná.

A evolução da atividade industrial no Estado está expressa no aumento dos números. Em 2017, o Rio Grande do Sul tinha 17 marcas de azeite, quantidade que saltou para 80 rótulos, demonstrando a expansão do setor. Hoje, o Estado tem 17 indústrias em operação e planos de abrir cinco novas fábricas até o fim do ano. O movimento reflete-se em vagas de trabalho. Na safra anual, de fevereiro a abril, a força de trabalho chega a abrir 1 mil postos temporários, tanto na indústria quanto no campo.

Conforme o presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), Renato Fernandes, o Rio Grande do Sul vive seu ápice na produção de azeite de oliva extravirgem. “É o novo ciclo econômico do Estado. A nossa pretensão é atingir o patamar da Espanha a longo prazo, que que responde por 40% da produção mundial, seguido pela Itália, com 22% e a Grécia com 14%”, relatou. Ao todo, a fabricação total de azeite de oliva é de 3,2 milhões de toneladas por ano, segundo o Conselho Oleícola Internacional (COI).

O investimento na capacidade de produção é um ponto que deve contribuir para a ascensão do segmento. Um exemplo é Caçapava do Sul. Em 2002, o município era o único produtor de azeite de oliva do Estado. Quinze anos depois, em 2017, esse número passou para 56 municípios. No ano passado, subiu para 110 municípios produtores, praticamente o dobro. Já os produtores de oliva em 2002 eram apenas seis, em 2017 passou a ter 145 e em 2022 o número ultrapassou os 300 produtores.

Esse cenário aparece no levantamento do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva). Dados da entidade indicam que o  investimento feito pelas empresas do setor no Estado atingiu o valor de R$ 150 milhões no último ano. Considerando a última década, as cifras somaram  R$ 1,5 bilhão para alavancar   indústria.

O secretário de Desenvolvimento Econômico do RS,Ernani Polo, destaca que o setor está alcançando uma posição merecida pelo trabalho consistente que vem fazendo, nos resultados. “O segmento é sério e promissor, gerando valor agregado à cadeia produtiva do Estado e atuando em diversas áreas, ampliando a força de trabalho na indústria, agricultura, turismo, o que contribui para o crescimento econômico”, disse.

 

Programa governamental incentiva indústria de azeite de oliva

O governo estadual faz a sua parte e concede incentivos ficais para alavancar  a indústria do azeite de oliva. Por meio do  Fundo Operação Empresa do Estado do Rio Grande do Sul (Fundopem),que é um incentivo à indústria que não libera recursos financeiros para as empresas, mas apoia por meio do financiamento parcial do  Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incremental devido gerado a partir da sua operação, é possível os empreendedores instalarem empresas com desconto fiscal, conforme regramento do programa.

Duas indústrias de azeite de oliva do Estado foram contempladas pelo Fundopem.  A Fazenda Serra dos Tapes, em Canguçu, teve o projeto aprovado em 2022, com benefício de R$ 2,6 milhões que já pode ser usufruído mediante abatimento do ICMS. O proprietário, Jerônimo Santos, relatou como foi o processo de inscrição a atendimento pelo Departamento de Economia e Estatística da Sedec, responsável pelo programa. “Foi excelente, muito ágil, inclusive, éramos acionados quando precisavam de alguma informação complementar”, disse. Investindo em olivais desde 2016, Santos decidiu ter a própria indústria em 2020. Hoje abastece o mercado doméstico, tendo como principais clientes São Paulo e Rio Grande do Sul. 

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