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Tríduo Pascal: o mistério de Jesus

O Documento de Aparecida (2007) sustenta que um dos lugares de encontro com Jesus está na Sagrada Liturgia. As celebrações do Tríduo Pascal permitem um encontro fundamental com o Nazareno, penetrando nos mistérios do Reino e expressando de modo sacramental a vocação de discípulos missionários (cf. DAp n. 250). O evento Pascal celebrado nos três dias do Tríduo constitui uma sólida unidade como celebração do mistério da salvação que Deus quis realizar no mundo. Desde o século IV tem-se historicizado essa visão global e unitária do mistério pascal, o Cristo morto, sepultado e ressuscitado, respeitando o valor histórico de cada momento da vida de Jesus.

Na Quinta-feira santa Jesus celebrou a Ceia da Páscoa com o discipulado. Esta memória é revelada na Sagrada Escritura através da carta de Paulo aos Coríntios (1 Cor 11,23-26). Ele fez do pão e do vinho os sinais perenes e reais do seu Corpo doado e do seu Sangue derramado. Era a instituição do Sacramento da Eucaristia tesouro da Igreja. Na mesma noite, segundo o Evangelista João, Jesus lavou os pés dos discípulos ordenando que aquela deveria ser a prática deles em relação à humanidade (Jo 13, 12-17). Jesus deixa-nos dois legados sagrados, seu corpo e sangue sacrificados pela nossa salvação; o ordenamento do serviço como prática intrínseca à missão dos seus seguidores. O Missal Romano atribui a esta celebração um caráter triplo: festivo e solene pela sua profundidade ritualística; unitário, pois nas paróquias é celebrada apenas uma missa para toda a comunidade; comunitário, a celebração é para toda a comunidade, não sendo permitidas missas para pequenos grupos porque a Eucaristia é o Sacramento da comunhão e da unidade eclesial. É tradição rezar a Vigília Eucarística neste dia. Todavia não deve passar da meia-noite. Acolhamos este momento litúrgico não como teatro intimista, mas sim como mistério e memória da nossa fé. A acolhida nestas condições fortalece o encontro com Jesus.

Na sexta-feira santa faz-se a memória da Paixão e Morte de Jesus. Neste dia a Igreja não celebra sacramentos e os templos são despidos de todos os ornamentos. É um dia “alitúrgico” e não há nenhuma celebração da Santa Missa. A Celebração da Paixão é dividida em três momentos: liturgia da Palavra, adoração da cruz, ritos da Comunhão. Os fiéis, conduzidos pelos textos da Sagrada Escritura, especialmente a narrativa da Paixão, entram em diálogo com o mistério de Jesus na sua atitude extrema, dar a vida pela nossa salvação, como afirmou no texto de João: dou a minha vida pelas minhas ovelhas (cf. Jo 10,18). É costume fazer a procissão do Senhor Morto. Tem o acento da devoção popular. É também oportunidade de ajudarmos os cristãos a viverem o encontro com Jesus diante da realidade da morte.

O sábado santo, se caracteriza pelo silêncio orante. Jesus está no sepulcro. Não é um dia vazio. Pelo contrário, é repleto de sentido somente acolhido na fé. Assim como na sexta-feira santa não tem celebração dos sacramentos exceto a liturgia das horas. A Igreja se encontra junto do sepulcro do Senhor, meditando na sua Paixão e morte e esperando a sua Ressurreição. Depois do dia de silêncio e recolhimento (sábado santo), quando o sol se põe, os cristãos se reúnem para a Vigília Pascal. A celebração tem início com o rito do Lucernário, bênção do fogo novo e, nele, o acendimento do Círio Pascal. O fogo novo abençoado significa a passagem das trevas para a luz. O Círio acendido no fogo novo é o símbolo de Jesus Ressuscitado. A comunidade, à medida que o Círio vai adentrando na nave da igreja, acende suas velas. É a vida nova e ressuscitada, que vai sendo comunicada a cada participante da celebração. Quando o Círio chega ao presbitério, já com todo o espaço celebrativo iluminado, acontece a proclamação solene da Ressurreição do Senhor, o Exsultet, a narrativa alegre e festiva de toda a história da salvação culminando com a Ressurreição, a Festa da Páscoa. A celebração segue com o Rito da Palavra, a narrativa da história da salvação culminando com a ressurreição do Senhor. São renovadas as promessas batismais e os participantes são aspergidos pela água abençoada na noite festiva preparando para o encontro com Cristo na Eucaristia.

Lembremos dessas possibilidades valiosas de encontro com o Senhor Jesus. Participemos tendo-as como um momento de graça. Aquele que veio até nós, espera para encher-nos de alegria e sentido de viver.

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