Segundo dados do Ministério da Saúde, 44.525 pessoas* estão esperando por um transplante de órgãos no Brasil. Embora o país possua o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, o aumento do número de doações pode ajudar a salvar ainda mais vidas.
No Rio Grande do Sul, 1808 pessoas aguardam por um transplante. Órgãos como rim, fígado e coração estão no topo da lista de quem aguarda por uma nova chance.
A enfermeira Gisele Cunha Comin, responsável pela responsável pela CIHDOTT – Comissão Intra-hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes no Hospital de Clínicas de Passo Fundo (HCPF) explica o funcionamento da fila para transplantes. “Essa fila é única, baseada em critérios técnicos, como tipo sanguíneo, peso, altura (compatibilidade do órgão) e também a gravidade do quadro do paciente receptor, que pode gerar uma prioridade aos demais.”
Qualquer pessoa pode se tornar um doador de órgãos. Porém, a doação só será feita a partir do consentimento familiar, por isso a campanha Setembro Verde reforça a importância de manifestar para a família o desejo em ser um doador.
“A doação pode ocorrer em pacientes vivos (em vida), sendo possível a doação de rim, medula e sangue e também em pacientes com morte encefálica, que é diagnosticada após exames específicos (rins, coração, pâncreas, fígado, pulmão), ou quando ocorre a morte com coração parado (córneas, ossos e tecidos)” esclarece a enfermeira Gisele.
Como o doador deve manifestar seu desejo?
Tornar seus familiares cientes de sua decisão é fundamental para a doação de órgãos. Você também pode formalizar o seu desejo por meio da Carteira de Identidade e da Autorização Eletrônica para a Doação de Órgãos. O processo pode ser feito de forma digital pelo site www.aedo.org.br
“Hoje em dia temos a opção de registrar em cartório esse desejo, porém comunicar a nossa família é essencial, pois são eles que autorizam a equipe a realizar a captação” enfatiza Gisele.
Quais são os casos em que se aplica a doação em vida?
“É a pessoa maior de idade e juridicamente capaz, saudável e que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. Um doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula ou parte dos pulmões, a compatibilidade sanguínea é necessária em todos os casos. Para doar órgão em vida, o médico deverá avaliar a história clínica do doador e as doenças prévias. Pela legislação, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. A doação de órgãos de pessoa vivas que não são parentes, só acontece mediante autorização judicial.” finaliza a enfermeira coordenadora da CIHDOTT no HC, Gisele Comin.
Semana de Conscientização sobre a Doação de Órgãos
As equipes do Programa de Residência Multiprofissional em Urgência e Emergência/Intensivismo e CIHDOTT do Hospital de Clínicas promovem uma série de ações de conscientização entre os dias 24 e 27 de setembro.
Além da orientação aos colaboradores da instituição, as equipes também promoverão uma atividade no Bella Città Shopping no dia 27 de setembro, lembrado como o Dia Nacional da Doação de Órgãos, das 10h às 22h.
*dado extraído em 24/09/2024.
Colaboração: Gisele da Cunha Comin- Enfermeira responsável pela CIHDOTT |
Comissão Intra-hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes.