No mês de abril, voltaram a apresentar aumento os casos de feminicídio no estado do Rio Grande do Sul. No feriadão iniciado na sexta-feira (18) e concluído na segunda-feira (21), 10 mulheres foram mortas em Ronda Alta, Pelotas, Serafina Corrêa, Parobé, São Gabriel, Bento Gonçalves, Viamão e Santa Cruz do Sul.
Em muitos casos, os autores foram ex-companheiros das vítimas. Houve o registro de crimes dentro das residências e outros em via pública, em plena luz do dia.
A partir do quadro registrado, a Secretaria da Segurança Pública e a Polícia Civil lançaram, na quinta-feira (24/4), uma ferramenta on-line para registro de ocorrência de violência doméstica e pedido de Medida protetiva de Urgência. A iniciativa foi idealizada pela Polícia Civil e desenvolvida pela Procergs – Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio Grande do Sul, em parceria com outros órgãos do Estado e do Poder Judiciário. Até então, a única possibilidade de pedido era de forma presencial nas Delegacias de Polícia.
A fim de esclarecer os reflexos dos casos de feminicídio, que tanto repercutem na comunidade e como está o atual cenário junto ao Judiciário, o Grupo Planalto de Comunicação recebeu a advogada criminalista Andréia Tavares, de Passo Fundo. Ela participou do programa Comando Popular, da Rádio Planalto News (92.1), apresentado por Luiz Carlos Carvalho.
A advogada lembrou que esse tipo de crime que tem a mulher como vítima, por questão de gênero, tem penas rígidas. Trata-se de um crime hediondo, levando os seus autores a condenações significativas. Andréia Tavares lembro que quando há o deferimento de Medida Protetiva de Urgência, não existe a necessidade de ser ouvida a palavra do acusado.
O feminicídio também reflete um quadro de preocupação nos relacionamentos, tomados por conflitos, muitas vezes, com resultados trágicos. Em determinadas situações, as mulheres acabam voltando para os companheiros e depois são assassinadas. Há, além disso, a implicação jurídica sobre o encaminhamento dos filhos. Esses também acabam se tornando vítimas da violência com o relacionamento marcado por ameaçadas – recentemente, uma criança foi jogada de uma ponte em São Gabriel, causando grande comoção.
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