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Saiba mais sobre o tema anual do tradicionalismo gaúcho para 2025

Reprodução: Movimento Tradicionalista Gaúcho

Regionalismo, Bairrismo e Identidade Campeira: a Preservação dos grupos locais para a valorização da Herança Cultural, é o tema anual do tradicionalismo gaúcho para 2025.

Em janeiro de 1994, durante o 39º Congresso em Esteio, foi aprovada a proposta de Ivo Benfatto que estabeleceu um “Objetivo Anual” a ser perseguido pelas entidades filiadas, com o intuito de gerar impacto por meio da busca coletiva de um único propósito, em nível estadual.

A formação histórica do Rio Grande do Sul contribuiu para o desenvolvimento de um forte senso de identidade e pertencimento entre aqueles que nasceram nesta terra. Esses elementos são fundamentais para a nossa formação cultural e para a preservação da nossa cultura. Assim, a valorização de nossa herança cultural se manifesta no reconhecimento de elementos identitários como o regionalismo, o bairrismo e a identidade campeira, além da luta contra os fatores que ameaçam a coesão social, como o desaparecimento dos grupos locais.

Conforme Ruben Oliven (1992, p. 19), o regionalismo “destaca as diferenças entre as regiões e utiliza essas diferenças para construir identidades próprias”. Pozenato (2003, p.7) complementa ao afirmar que o regionalismo “cria um espaço simbólico baseado no critério da exclusão ou exclusividade”. No Movimento Tradicionalista Gaúcho, entendemos o regionalismo como a força que integra nossos elementos identitários, com o objetivo de construir uma identidade cultural sólida e unificada.

O bairrismo, por outro lado, é a característica de quem tem um profundo apego e dedicação ao seu estado natal, considerando-o sua pátria. Essa identidade regional é uma marca do povo gaúcho e deve ser valorizada como um componente essencial da nossa cultura.

O Tradicionalismo Gaúcho, como filosofia de vida, tem uma identidade campeira em sua essência. Os pioneiros do Movimento sempre destacaram a relevância cultural e social daquilo que estavam construindo, com ênfase nas atividades do campo. Inclusive, a estrutura dos Centros de Tradições Gaúchas é inspirada nas estâncias e nas práticas campeiras, como propôs Glaucus Saraiva para o 35º CTG (O Pioneiro).

A nossa identidade é campeira, refletida na nossa música, poesia, vestimenta e danças. A funcionalidade da pilcha é voltada para o trabalho no campo, e toda a nossa cultura está profundamente enraizada no meio rural, nas vivências dos homens e mulheres do campo.

Por isso, em 2025, a ênfase nos temas Regionalismo, Bairrismo e Identidade Campeira é uma forma de reafirmar a importância desses aspectos na formação do gaúcho e na preservação de nossa cultura. Valorizar esses temas também é fortalecer o orgulho de nossa herança cultural.

Além disso, é crucial destacar a preservação dos grupos locais, como um ponto de interesse para 2025. Barbosa Lessa, em sua Tese “O Sentido e o Valor do Tradicionalismo” (1954), apontou dois fatores que contribuem para a desintegração social: o enfraquecimento das culturas locais e o desaparecimento gradual dos grupos locais, ou comunidades transmissores de cultura. Passados 70 anos, esses fatores continuam relevantes.

Os “grupos locais” referem-se a agregados de famílias e indivíduos que, em uma determinada área, compartilham costumes e hábitos. Exemplos incluem os vizinhanços rurais, pequenas vilas e bairros com vida própria nas cidades. Com o tempo, essas unidades sociais têm desaparecido, sendo substituídas por grandes massas de indivíduos.

As entidades tradicionalistas, hoje, podem ser vistas como novos “grupos locais”, que preservam e transmitem nossos hábitos, valores e tradições, oferecendo um espaço de pertencimento e continuidade cultural. A preservação desses grupos locais é essencial para manter viva a nossa herança cultural e deve ser promovida pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho.

Propostas de Ações e Atividades:

Homenagem a Cyro Dutra Ferreira

Em 2025, celebramos os 20 anos da partida de Cyro Dutra Ferreira, um tradicionalista que desempenhou papel fundamental na divulgação dos costumes campeiros. Seus livros, como “Campeirismo Gaúcho: orientações práticas” e “Carreta Campeira”, continuam a influenciar as gerações seguintes. A homenagem também reverencia sua trajetória no Movimento Tradicionalista Gaúcho, como um dos fundadores do 35º CTG e um dos responsáveis pela construção da imagem campeira do tradicionalismo.

Cyro Dutra Ferreira foi um dos pioneiros do Movimento, ajudando a elaborar o regulamento da Festa Campeira do Rio Grande do Sul, além de estar presente em quase todos os Congressos e Convenções, influenciando decisões importantes para o tradicionalismo. Ao lado de sua esposa Cyra, ele formou uma família tradicionalista, deixando um legado significativo que deve ser lembrado neste ano.

Troca de Experiências entre Gerações

Propor atividades que resgatem práticas antigas como a confecção de alambrados, rodas de carretas, produção de alimentos como linguiça campeira e queijos, além de técnicas de conservação de alimentos típicos, como chimias e conservas.

Realização de Palestras e Oficinas:

  • Organizar eventos para discutir a importância da cultura local, com a participação de especialistas e historiadores.
  • Promover eventos sobre a história e cultura do Rio Grande do Sul, abordando temas como artesanato, indumentária, música, vocabulário, literatura regional, medicina campeira e o resgate de festas tradicionais.
  • Realizar “Prosa de Galpão”, uma roda de conversa com campeiros e campeiras, valorizando o saber originário do campo.

Oficinas de Saberes Tradicionais

Oferecer oficinas onde os participantes possam aprender e praticar técnicas de artesanato típicas de nossa região, promovendo o resgate de saberes tradicionais.

Festivais e Feiras de Cultura Regionais

Criar eventos que celebrem a música, dança, gastronomia e os costumes locais, com a participação ativa de grupos tradicionalistas.

Promoção do Turismo Regional

Desenvolver roteiros turísticos que incluam visitas a locais históricos e culturais, promovendo a preservação de monumentos e a educação sobre a história local.

Projetos Educativos e Memória Coletiva

Produzir materiais educativos sobre a história local, criando plataformas digitais para facilitar o acesso a documentos e registros culturais. Também pode-se criar espaços para museus com artefatos campeiros, recriando um ambiente autêntico para os visitantes.

Oficinas de Práticas Campeiras

Promover oficinas e demonstrações de práticas campeiras, como confecção de laços, ordenha, culinária campeira, trabalhos em couro, e muito mais. Estas atividades irão proporcionar o aprendizado e valorização dos saberes originários do campo.

As atividades propostas visam fortalecer a identidade gaúcha, preservar nossos valores culturais e promover o resgate de práticas tradicionais, garantindo que as gerações futuras possam compreender e vivenciar as raízes da nossa cultura.

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