A ministra do Planejamento e do Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta quarta-feira (2) que os preços dos alimentos, que pressionaram a inflação nos últimos meses, começarão a recuar nos próximos 60 dias.
Durante cerimônia de homenagem aos 60 anos do Banco Central, em Brasília, ela acrescentou que isso pode levar à redução da taxa básica de juros no futuro.
Após cinco elevações, a taxa de juros está atualmente em 14,25% ao ano, em igual patamar ao registrado em 2015/2016, na gestão da presidente Dilma Rousseff. Tratam-se dos juros reais mais elevados do planeta.
A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter a inflação, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.
O BC fixa os juros com base no sistema de meta, ou seja, nas projeções futuras para a inflação, que seguem acima do objetivo central de 3% até 2027.
A autoridade monetária tem explicado que busca frear a economia para reduzir o ímpeto inflacionário, pois avalia que, atualmente, o ritmo de crescimento está acima do patamar necessário para conter a inflação.
O Banco Central indicou que, por isso, a taxa básica de juros deve permanecer elevada por mais tempo. Para maio, há um novo aumento de juros programado, menor do que um ponto percentual.
Banco Central vê preços de alimentos pressionados
Na ata da última reunião do Copom, que subiu os juros, o Banco Central informou que os preços de alimentos “mantêm-se elevados e tendem a se propagar para outros preços no médio prazo em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira”.
No relatório de política monetária, divulgado no fim de março, a instituição avaliou que os preços ao consumidor devem seguir com variações mensais elevadas nos próximos meses e a inflação, acumulada em doze meses, deve permanecer ao redor de 5,5%, acima do intervalo de tolerância da meta – que é de 4,5%.
No caso das proteínas, acrescentou a instituição, permanece o cenário de oferta restrita de boi gordo em 2025 e de demanda externa aquecida.
g1