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Valdemar Costa Neto disse à PF que confia nas urnas eletrônicas e que triturou documentos com tom golpista na sede do PL PL contratou instituto e apresentou relatório, refutado pelo TSE, para questionar resultado legítimo do 2º turno em 2022

Valdemar Costa Neto após deixar carceragem da PF, em Brasília, em 10 de fevereiro. | Foto: Adriano Machado // Reuters

O presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, afirmou à Polícia Federal em depoimento que “não concorda” com as suspeitas levantadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, do mesmo partido, sobre a lisura das urnas eletrônicas e do resultado da eleição de 2022.

O trecho consta no depoimento de Valdemar à PF no inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado para subverter aquelas eleições. O sigilo foi derrubado pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes nesta sexta-feira (15).

O presidente do PL foi questionado sobre as falas de Bolsonaro que, ainda como presidente da República, lançavam dúvidas sobre as eleições.

“Que não concorda com a fala do presidente Bolsonaro, pois já participou de várias eleições e nunca presenciou nada que desabonasse o sistema eleitoral brasileiro. Inclusive, orientou a bancada do partido a votar contra a implementação do voto impresso“, disse Valdemar.

Valdemar foi questionado em seguida sobre o fato de o PL, sob seu comando, ter pedido uma “verificação extraordinária” ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as urnas do 2º turno das eleições – ignorando, inclusive, que as mesmas urnas tinham sido usadas no 1º turno.

Em resposta, o presidente do PL disse que o Instituto Voto Legal foi contratado pela sigla para “fiscalizar”, e não para atender uma ordem de Bolsonaro de “questionar” o resultado eleitoral.

Valdemar Costa Neto afirmou, ainda sobre o relatório que questionava, sem provas, o resultado das eleições:

  • que a contratação do “estudo” foi uma demanda direta de Jair Bolsonaro e de deputados do PL;
  • que o Instituto Voto Legal foi sugerido pelo então ministro de Ciência e Tecnologia e atual senador Marcos Pontes;
  • que o partido pagou cerca de R$ 1 milhão ao instituto;
  • que, quando o relatório vazou, Bolsonaro e deputados do PL “o pressionaram para ajuizar tal ação no TSE”.

Como o relatório não indicava prova das supostas fraudes no sistema eleitoral, o então presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, multou o PL em R$ 22,9 milhões por má-fé na apresentação do documento.

Documentos triturados no PL

Valdemar também foi questionado pela PF sobre as chamadas “minutas do golpe” – rascunhos de decretos que pretendiam subverter a ordem democrática e usar instrumentos como estado de sítio ou estado de defesa para impedir a homologação da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições.

Um desses documentos foi apreendido pela PF, em 8 de fevereiro, na própria sede do PL em Brasília, numa sala que era utilizada por Jair Bolsonaro.

O presidente do PL também reafirmou à PF o que tinha dito em entrevista ao Globo, no início de 2023: que tinha recebido documentos com sugestões sobre golpe de Estado, baseadas em interpretações ilegais do artigo 142 da Constituição – e triturado.

Segundo Valdemar, essa proposta não vinha de “uma pessoa identificada, mas cartas encaminhadas por pessoas desconhecidas”.

Valdemar diz também “que sempre descartou os documentos recebidos, pois eram apócrifos” (sem assinatura), e que os destruía “na sede do partido”.

Questionado então pela PF sobre não ter levado essas propostas à polícia, já que as considerava ilegais, Valdemar diz apenas que “sempre desconsiderou tais documentos e pleitos apresentados, pois não considerava a ideia de qualquer tipo de ‘golpe’.”

Ex-comandante da Aeronáutica confirma que militares não identificaram fraudes nas urnas

Em seu depoimento à Polícia Federal, o ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, declarou que as Forças Armadas não detectaram fraudes ou falhas nas urnas eletrônicas. Ele afirmou que, com base nos resultados obtidos pela Comissão de Fiscalização da Defesa, está certo de que não houve qualquer irregularidade relacionada ao sistema de votação eletrônico. As informações são do site R7.

É importante ressaltar que logo após as eleições, o Ministério da Defesa encaminhou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) o relatório das Forças Armadas sobre o processo eleitoral e o sistema de votação eletrônico.

Na ocasião, o documento já afirmava a inexistência de irregularidades no processo eleitoral e que os boletins estavam em conformidade com os dados fornecidos pelo TSE.

Embora não tenha apontado sinais de fraude, o relatório das Forças Armadas alertava sobre a possibilidade de um eventual “código malicioso” representar um risco à segurança, algo que foi negado por Baptista Junior em seu depoimento.

Fonte: G1 e Rádio Guaíba

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