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Chacina da Cohab: Júri de ex-PM e companheira é cancelado; defesa pede desaforamento

Reportagem especial / Bruno Reinehr

Foi cancelado o julgamento de mais dois réus da Chacina do bairro Cohab. O ex-pm Luciano Costa dos Santos (Costinha) e sua companheira, Monalisa Kich Anunciação seriam julgados na segunda-feira (26).

O casal foi acusado de participação direta no crime. O júri foi cancelado nesta quinta-feira (21) a pedido do advogado criminalista José Paulo Schneider, que assumiu a defesa do casal recentemente, no lugar do criminalista Flávio Algarve.

Costinha está preso em Canoas e Monalisa responde em liberdade.

Outra apuração feita pela reportagem da Planalto News, é que a defesa está pedindo o desaforamento do julgamento, devido a repercussão do fato. Agora, cabe ao Tribunal de Justiça do Estado  dizer se o caso poder ou não ser julgado pelo Júri de Passo Fundo/RS.

De acordo com a decisão, uma nova data de julgamento só será designada depois da decisão do TJ/RS sobre o desaforamento.

 

“Assumimos o caso no dia 19, e o júri estava marcado para o dia 26. Isso nos obrigou a pedir o cancelamento”, disse José Paulo Schneider ao ser procurado pelo repórter Bruno Reinehr. ouça:

 

 

“A comoção social do caso pode ter impacto na resposta dos jurados” 

 

A chacina ocorreu em maio de 2020, quando Dienefer Padia, 26 anos, seu cunhado, Alessandro dos Santos, 34, e a filha dele Ketlin Padia dos Santos de 15 anos de idade foram executados asfixiados dentro da residência na rua Ernesto Ferron, Bairro Cohab.

A motivação da chacina, de acordo com a Polícia Civil, foi um relacionamento extra-conjugal entre a vítima Dienefer e seu patrão Eleandro Roso.

Dienifer trabalhou em uma fazenda em Casca e teve um relacionamento com Eleandro Roso, que é casado. Durante esse relacionamento, Dienifer engravidou de Eleandro. Quando a esposa de Eleandro, Fernanda Rizzotto, descobriu sobre o caso, Dienifer foi expulsa da fazenda onde também morava e voltou para Passo Fundo. Fernanda só descobriu que o filho da empregada era de seu marido após o nascimento da criança.

A Delegacia de Homicídios concluiu que Dienifer passou a receber ameaças em sua casa no Bairro Cruzeiro. Dentre as ameaças, recebeu uma boneca mutilada. Eleandro então comprou uma casa no Bairro Cohab para usufruto da criança.

Ainda de acordo com a polícia, Eleandro passou estava sendo extorquido, então sua mulher decidiu tirar a vida de Dienifer.

Eleandro, Fernanda e o irmão dela, Claudiomir Rizzotto decidiram matar Dienifer e contrataram Costinha para fazer o serviço, porém ele terceirizou o trabalho e contratou outras duas pessoas.

O PLANEJAMENTO DA EXECUÇÃO

A PC apontou que Monalisa Kich Anunciação, mulher de Costinha, comprou um celular de Dienefer pela internet. Ela foi até a residência, buscou o aparelho e fez fotos da casa.

Quando Dienefer fez um novo anúncio na internet, os supostos compradores eram os assassinos. Eles entraram na casa com um propósito: cometer o crime. O alvo seria apenas Dienefer. De acordo com a polícia, Alessandro e sua filha Ketlin estavam no “lugar errado e na hora errada”. Todos foram mortos asfixiados e mortos com lacres “engasga gato”.

OS RESPONSÁVEIS PELO CRIME

A polícia indiciou Eleandro, Fernanda Rizzotto, Claudiomir Rizzotto, Luciano Costa dos Santos e Monalisa Kich Anunciação pelo crime. Os dois executores nunca foram se quer identificados.

Eleandro Roso foi julgado em novembro de 2022 e condenado há 69 anos de cadeia. Em agosto de 2023 o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul julgou o recurso da sua defesa e decidiu reduzir 10 anos de sua pena, mas não anulou o julgamento.

Costinha está preso e aguarda o julgamento.

Monalisa não teve prisão decretada, responde o processo em liberdade e também aguarda o júri.

Foi condenado a 69 anos e seis meses de prisão o homem apontado como um dos mandantes.

Os irmãos, Claudiomir e Fernanda estão foragidos desde quando foram identificados.

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