Grupo Planalto de comunicação

Desvios de recursos na saúde: novos casos de crianças afetadas em Passo Fundo Amanda, de 16 anos, tem paralisia cerebral, recebia atendimento domiciliar por meio do programa Home Care, mas a empresa contratada para fornecer esses cuidados era uma das envolvidas no esquema investigado.

Foto: Ana Caroline Haubert

Em Passo Fundo, uma operação deflagrada pelo Ministério Público revelou um esquema criminoso envolvendo o desvio de recursos públicos destinados a tratamentos médicos essenciais para pacientes em situação de vulnerabilidade.

A “Operação Gollum”, iniciada em dezembro de 2024, apontou que uma das áreas mais afetadas foi o serviço de “Home Care” (atendimento domiciliar), que, até então, garantiu a sobrevivência e a qualidade de vida de diversas pessoas com necessidades especiais.

Um desses casos é o da Amanda, de 16 anos, que tem paralisia cerebral. A situação de Amanda exige cuidados médicos constantes, como a alimentação por sonda gástrica, fisioterapia respiratória, medicamentos de alto custo e monitoramento constante de sua saúde, que está comprometida.

Até recentemente, Amanda recebia atendimento domiciliar por meio do programa Home Care, que foi fundamental para a manutenção de sua saúde respiratória e motora, nos últimos seis anos.

A empresa contratada para fornecer esses cuidados era uma das envolvidas no esquema investigado. No entanto, após a deflagração da Operação Gollum, a empresa interrompeu todos os serviços sem aviso prévio, deixando a criança e sua família desamparados.

Segundo relato da mãe de Amanda, a interrupção dos atendimentos já dura mais de um mês e, com isso, a saúde da menina se deteriorou. A falta de fisioterapia respiratória e da medicação adequada tem causado complicações graves, como o aumento de secreções pulmonares, dor intensa e crises epilépticas.

Sem o suporte necessário, Amanda corre o risco de entrar em um estado de mal-epiléptico, uma condição que pode ser fatal se não tratada imediatamente.

“Estou desesperada, não sei o que fazer. Minha filha pode não sobreviver a isso. A empresa que fornecia o atendimento simplesmente parou de tudo, e ninguém nos dá uma resposta. Estou lutando, mas sei que não tenho muito tempo”, relatou a mãe de Amanda, visivelmente angustiada.

Além do sofrimento físico de Amanda, a família enfrenta sérias dificuldades financeiras, uma vez que a mãe, que antes trabalhava, agora não pode exercer sua profissão devido à demanda constante de cuidados para a filha.

A situação tem gerado uma pressão emocional e econômica insustentável para a família, que depende exclusivamente da ajuda do estado e da solidariedade de outros para tentar suprir as necessidades de Amanda.

As investigações conduzidas pelo Ministério Público visam responsabilizar as empresas envolvidas e garantir que os recursos públicos sejam devidamente utilizados, mas, para famílias como a de Amanda, o tempo é um inimigo implacável. Cada dia sem o atendimento adequado é uma nova ameaça à vida das crianças que dependem desses serviços essenciais.

Veja a entrevista completa com a mãe de Amanda, Pamela Lopez:

Facebook
Twitter
WhatsApp