A Juíza de Direito Rosali Teresinha Chiamenti Libardi, da 1ª Vara Criminal de Passo Fundo, decidiu, na terça-feira (25), que os irmãos Fernanda Rizzotto e Claudiomir Rizzotto irão a julgamento no Tribunal do Júri pelo triplo homicídio qualificado de Kétlyn Padia dos Santos, 15 anos, Diênifer Padia, 26 anos, e Alessandro dos Santos, 35 anos.
As vítimas foram mortas por asfixia em maio de 2020, no bairro Cohab, em Passo Fundo. Outros três réus já foram julgados, com dois deles cumprindo pena pelo crime. Cabe recurso da decisão.
Os irmãos Rizzotto estavam foragidos desde 2020 e foram capturados recentemente. Fernanda em outubro de 2024 e Claudiomir em novembro do ano passado. Eles respondem pelos crimes de triplo homicídio qualificado, praticado mediante promessa de recompensa, motivo fútil, meio cruel, com emprego de asfixia e por dificultar a defesa das vítimas. Segundo as investigações, ambos teriam atuado em conjunto com outros envolvidos, liderando a execução do crime.
O Caso
De acordo com a denúncia do Ministério Público, na noite de 19 de maio de 2020, as vítimas foram encontradas mortas na residência da família, localizada no bairro Edmundo Trein, conhecido popularmente como Cohab. O MP aponta que o crime teve como motivação uma trama de vingança e ciúmes, com a execução premeditada de Diênifer. Já Kétlyn, sobrinha de Diênifer e seu pai Alessandro dos Santos (cunhado de Diênifer), foram mortos para evitar que pudessem testemunhar o crime, garantindo assim a impunidade dos responsáveis.
Ainda, conforme o MP, Diênifer trabalhava em uma granja, no município de Casca, onde manteve um relacionamento extraconjugal com Eleandro Roso, dono da granja e casado com Fernanda Rizzotto. A relação teria resultadou no nascimento de uma criança, e a descoberta do caso teria gerado tensões entre eles. Diênifer, então, teria se mudado para Passo Fundo, tentando recomeçar sua vida ao lado da família. Segundo a acusação, Eleandro e Fernanda organizaram o assassinato de Diênifer com a ajuda de Claudiomir Rizzotto, que intermediou pagamentos a Luciano Costa dos Santos e Monalisa Kich Anunciação, responsáveis por recrutar outros dois executores, ainda não identificados.
Na noite do crime, segundo o MP, dois homens armados invadiram a casa de Diênifer e, de maneira brutal, renderam as vítimas. As três foram mortas por asfixia mecânica, com lacres plásticos, conforme apontaram os laudos periciais.
O caso do triplo homicídio resultou em uma cisão processual e a condenação de alguns envolvidos.
Eleandro Roso foi o primeiro réu a ser julgado. Ele foi condenado em 16/11/2022, pelo Tribunal do Júri, com a pena de 60 anos e 8 meses de reclusão, determinada em sede de recurso. Eleandro foi identificado como um dos principais mandantes do crime, sendo responsável pelo planejamento e pelo recrutamento de executores.
Já Luciano Costa dos Santos, conhecido como “Costinha”, também teve seu julgamento realizado em agosto de 2024. Ele foi condenado a 44 anos de reclusão, inicialmente em regime fechado, por sua participação ativa no planejamento e execução do triplo homicídio. Luciano foi apontado como um dos intermediários que facilitou a execução do crime, tendo colaborado diretamente com os autores materiais do assassinato.
Monalisa Kich Anunciação, por sua vez, também foi julgada no mesmo dia de Luciano, em agosto de 2024. No entanto, o Tribunal do Júri decidiu pela sua absolvição, considerando que não havia provas suficientes para condená-la pelos fatos imputados, resultando em sua soltura.
Fernanda foi presa em 15/10/2024 e Claudiomir em 7/11/2024. Ambos aguardam a definição de data do julgamento, que ocorrerá após o trânsito em julgado, quando não caberá mais recurso.
Fonte: Tribunal de Justiça/RS
https://www.tjrs.jus.br/novo/noticia/irmaos-acusados-de-triplo-homicidio-deverao-ir-a-juri-em-passo-fundo/